Dados do Trabalho
Título
Aneurisma gigante dissecante da artéria cerebral média distal em criança de 6 anos tratada por via endovascular: Relato de Caso
Objetivo
Relatar caso raro de aneurisma gigante dissecante de artéria angular esquerda em criança de 6 anos. Breve revisão da literatura.
Materiais e Métodos/Casuística
Paciente de 6 anos, sexo feminino, evolui após trauma craniano pós queda com vários episódios de cefaleia, progressiva, tanto em frequência quanto em intensidade dos sintomas, refratários a analgesia comum.Após cerca de 40 dias a paciente acordou apresentando amaurose bilateral associada a piora da cefaléia pregressa, sem outros sintomas neurológicos. Avaliação oftalmológica descartou patologia ocular. Tomografia e ressonância magnética mostram imagem sugestiva de lesão de natureza vascular em região do giro angular esquerdo, sem hemorragias. Angiotomografia evidenciou aneurisma de artéria angular, maior que 3 cm de diâmetro.
Resultados
A paciente foi encaminhada para o tratamento endovascular sendo observado na angiografia características de dissecção da parede arterial do ramo angular distal da artéria cerebral média esquerda. A lesão foi embolizada com sucesso com o uso de molas havendo o enchimento( perfusão) arterial final da região do giro angular sendo feita por ramo parietal posterior. A paciente evolui com melhora importante da perda visual e sem déficits adicionais.
Discussão e Conclusões
a artéria angular é um ramo póstero-inferior da artéria cerebral média e aneurismas nessa localização são extremamente raros, com poucos casos descritos na literatura. Em crianças a dissecção subintimal da parede arterial é um dos achados mais frequentes configurando aneurismas dissecantes que podem se manifestar com hemorragia ou síndrome isquêmica por “roubo” territorial vascular. Na sua maioria são aneurismas gigantes( >25mm) e demandam complexa estratégia terapêutica. Em muitos relatos a história de trauma parece estar associada ao desenvolvimeto da lesão. O tratamento pode ser cirúrgico e envolver o “trapping” da lesão, com ou sem anastomose ou endovascular através de “trapping” interno, embolização com molas ( coils) , utilizando ou não stents. A presença de boa circulação colateral facilita o bom resultado cirúrgico.
Referências bibliográficas
Zhang YS, Wang S, Wang Y, Tian ZB, Liu J, Wang K, et al. Treatment for Spontaneous Intracranial Dissecting Aneurysms in Childhood: A Retrospective Study of 26 Cases. Front Neurol. 2016;7:224.
Palavras Chaves
Aneurisma cerebral; Tratamento endovascular; Aneurisma dissecante
Área
Neurocirurgia Pediátrica
Instituições
Departamento de Medicina Integrada - UFRN - Rio Grande do Norte - Brasil, HOSPITAL UNIVERSITARIO ONOFRE LOPES - Rio Grande do Norte - Brasil
Autores
Angelo Raimundo SIlva Neto, Fabio Barros Silva, Fernando Antonio Araujo Moura, Luana Lopes Medeiros