Dados do Trabalho
Título
Astrocitoma pilocítico cerebelar em pediatria.
Objetivo
Realizar uma análise retrospectiva dos casos de Astrocitomas Pilocíticos de fossa posterior em pacientes pediátricos operados em nosso Hospital nos últimos 10 anos.
Materiais e Métodos/Casuística
Revisão retrospectiva de pacientes pediátricos operados de astrocitomas pilocíticos cerebelares no período de janeiro de 2008 a março de 2018. Utilizou-se história clínica informatizada, registro de imagem digital e busca das evidências científicas atuais.
Resultados
Foram tratados 68 crianças, correspondendo a 32% dos tumores da fossa posterior. A idade média foi de 8 anos sem diferença significativa entre sexos. Os sintomas mais frequentes foram cefaleia, vômitos, ataxia e distúrbios visuais. A hidrocefalia foi tratada em 45% dos pacientes com Derivação Ventrículo Peritoneal ou Terceiro Ventriculostomia Endoscópica. A exérese foi total em 50 pacientes (74%). Em 18 pacientes, a exérese foi subtotal ou parcial e 13 necessitaram de reabordagem cirúrgica. Foi realizado tratamento adjuvante com quimioterapia e/ou radioterapia em 7 pacientes. As complicações mais frequentes foram infecções e mutismo cerebelar. O seguimento foi interdisciplinar, com uma média de 3,5 anos e uma sobrevida do 100% dos pacientes.
Discussão e Conclusões
Os astrocitomas pilocíticos são tumores gliais de baixo grau e um dos mais comuns em pediatria. Na fossa posterior, a ressecção cirúrgica completa é a primeira linha de tratamento e a exérese completa está associada a um melhor prognóstico. A história natural em casos de ressecções incompletas é variável com casos de doença estável em grande porcentagem. O tratamento da patologia tumoral deve ser acompanhado por um tratamento adequado da hidrocefalia. Quimioterapia e radioterapia são reservadas para casos de progressão tumoral, disseminação ou inacessibilidade cirúrgica.
A ressecção cirúrgica completa foi nosso principal objetivo do tratamento e esteve associada a um excelente prognóstico e sobrevida. A morbidade está associada principalmente às infecções e mutismo.
Referências bibliográficas
1- Bonfield, C. M., & Steinbok, P. (2015). Pediatric cerebellar astrocytoma: a review. Child's Nervous System, 31(10), 1677-1685.
2- Bornhorst, M., Frappaz, D., & Packer, R. J. (2016). Pilocytic astrocytomas. In Handbook of clinical neurology (Vol. 134, pp. 329-344). Elsevier.
3- Pletschko, T., Felnhofer, A., Lamplmair, D., Dorfer, C. (2018). Cerebellar pilocytic astrocytoma in childhood: Investigating the long-term impact of surgery on cognitive performance and functional outcome. Developmental neurorehabilitation, 21(6), 415-422.
Palavras Chaves
Astrocitoma pilocítico, hidrocefalia, tumor da fossa posterior
Área
Neurocirurgia Pediátrica
Instituições
Hospital de Pediatría SAMIC "Prof. Dr. Juan Pedro Garrahan - - Argentina
Autores
Sebastian Juan María Giovannini, Agustin Ruiz Johnson, Joaquin Perez Zabala, Florencia Carla Ferraro, Daniela Brenda Renedo, Elena Zemma, Beatriz Mantese, Nelci Zanon Collange