XIII Congresso Brasileiro de Neurocirurgia Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Fístula liquórica contida relacionada a acesso de fossa posterior - um relato de caso

Objetivo

O trabalho objetiva discutir a associação e consequência de um acesso cirúrgico de fossa posterior gerando uma fístula liquórica.

Materiais e Métodos/Casuística

Dados coletados a partir da anamnese e exame físico.

Resultados

Paciente, sexo masculino, 6 anos, com queixa de cefaleia frontal, de forte intensidade, contínua, associada à fotofobia e vômitos, há 5 meses, com estrabismo convergente bilateral há 3 meses. A TC de crânio sem contraste revelou, processo expansivo, em região occipital, sugestivo de tumor de fossa posterior, além de hidrocefalia com sinais indicativos de hipertensão intracraniana (HIC). Em decorrência da HIC, foi submetido à DVE para controle da PIC. Realizada a abordagem cirúrgica, com ressecção da lesão e encaminhada para estudo anatomopatológico, no qual foi confirmado o diagnóstico de ependimoma. No 14º DPO, retornou ao serviço em decorrência de uma lesão de grande volume em região occipital, compatível com bossa, associado a episódios febris (38ºC a 39ºC). Foi submetida à TC de crânio com contraste, que visualizou lesão hipodensa epicrânica, com comunicação intracraniana no local da craniectomia prévia, sugestiva de fístula liquórica. Realizada nova abordagem cirúrgica para drenagem do conteúdo represado e descompressão local.

Discussão e Conclusões

Os tumores de fossa posterior são prevalentes na pediatria e estão relacionados à complicações como hidrocefalia e HIC, sendo muitas vezes necessário proceder com shunts, como terceiro-ventriculostomia e DVE, no pré-operatório para controle da PIC. A ressecção tumoral altera os parâmetros volumétricos intracranianos, além da distribuição do líquor, o que predispõe à complicações pós-operatórias como a fístula liquórica. Quanto ao manejo da fístula, algumas ferramentas estão disponíveis como o uso de selantes, enxertos e sutura dural no intra-operatório na tentativa de minimizar os riscos de evolução para a fístula. Uma vez estabelecido o diagnóstico, pode-se lançar mão da abordagem cirúrgica para reparar a falha dural, ou prosseguir com tratamento conservador objetivando a redução do débito liquórico e o fechamento espontâneo da mesma. As fístulas de líquor são complicações importantes no pós-operatório de ressecção tumoral, principalmente no meduloblastoma e ependimoma. Estão relacionadas com a extensão da craniotomia, abertura dural, idade e imunodepressão do paciente.

Referências bibliográficas

Palavras Chaves

ependimoma; tumores de fossa posterior; fístula liquórica.

Área

Neurocirurgia Pediátrica

Instituições

LANNEC - Liga Acadêmica de Neurocirurgia e Neurologia de Campina Grande - Paraíba - Brasil

Autores

Amanda Maria Lemos da Silva, Ana Carolina Paiva Farias, Davi Emanuel de Assis Fonseca, Gabrielly Lima Medeiros, Lucas Gonçalves Pinheiro, Vinícius Herbet Sales da Silva, Marcos Antonio Xavier de Lima Junior, Marina Coutinho Costa, Marcia Noelle Cavalcante Medeiros, Andrew Bonifácio Ferreira