XIII Congresso Brasileiro de Neurocirurgia Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Avaliação tomográfica dos traumas cranioencefálicos leves em pediatria

Objetivo

Retratar as principais consequências evidenciadas por tomografia computadorizada (TC) de traumas cranioencefálicos leves na população pediátrica.

Materiais e Métodos/Casuística

Foi feita a avaliação dos exames de tomografia computadorizada de 100 pacientes, na faixa etária pediátrica (0 a 13 anos), que foram vítimas de traumas cranioencefálicos classificados como leves (de acordo com a escala de coma de Glasgow – escores de 13 a 15).

Resultados

De acordo com o estudo conduzido, foi possível notar maior incidência de traumas cranioencefálicos em crianças do sexo masculino (61%) em relação ao sexo feminino (39%). Além disso, em 80% dos casos houve relato de cefaleia acompanhada de vômitos. A partir da avaliação tomográfica, que foi realizada em todos os pacientes, foram obtidos os dados de que 71% dos analisados apresentaram tomografia computadorizada de aspecto normal. 5% tiveram episódio de hemorragia subaracnóidea traumática. 4% apresentaram hematoma subdural; 3% cursaram com contusão cerebral; já o hematoma extradural foi evidenciado em 3% dos pacientes. 1% dos casos foi identificado edema cerebral. Dentre as lesões do arcabouço ósseo craniano, foi possível observar ocorrência de 6% de fraturas lineares; 1% de fraturas de base de crânio com fístula liquórica; 2% de fraturas com afundamento fechado e 2% de fraturas em bola de pingue-pongue. 2% cursaram com fratura de base de crânio sem fístula liquórica.

Discussão e Conclusões

traumas cranioencefálicos são agravos de grande importância em políticas públicas, pois causam grandes demandas com gastos hospitalares. Na infância, a maioria desses tipos de trauma são de grau leve, tendo, cerca de 90% dos casos, exames de imagem normais, bem como não apresentando nenhuma sequela posterior, segundo a literatura internacional. Contudo, quando esses eventos deixam déficits em alguma função cerebral, este costuma ser permanente, com pouca expectativa de evolução, gerando importante morbidade para os pacientes. Dessa forma, é de fundamental prioridade estruturar políticas públicas e ações de prevenção à ocorrência desse tipo de evento em crianças, bem como organizar redes de pronto-atendimento que possam atuar de forma precoce, no intuito de evitar esses agravos, assim como suas sequelas.

Referências bibliográficas

DEWAN, M. C. et al. Epidemiology of Global Pediatric Traumatic Brain Injury: Qualitative Review. World Neurosurgery, v. 91, p. 497–509.e1, jul. 2016.
KEENAN, H. T. et al. Neurodevelopmental Consequences of Early Traumatic Brain Injury in 3-Year-Old Children. PEDIATRICS, v. 119, n. 3, p. e616–e623, 1 mar. 2007.

Palavras Chaves

Trauma cranioencefálico; Pediatria; Neurocirurgia.

Área

Neurocirurgia Pediátrica

Instituições

Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes - Paraíba - Brasil

Autores

Amauri Pereira da SIlva Filho, Marcos Antonio Xavier de Lima Júnior, Taianara Sampaio Reis, Tatiane Bezerra dos Santos, Keyvid Santos Pereira, Rafaela Alves de Souto, Vitor Camboim Nobre, Alfredo Daniel de Souza Neto