XIII Congresso Brasileiro de Neurocirurgia Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Avaliação tomográfica dos traumas cranioencefálicos pediátricos moderados à graves: estudo com 100 pacientes

Objetivo

Relatar as principais consequências evidenciadas por tomografia de traumas cranioencefálicos moderados à graves na população pediátrica.

Materiais e Métodos/Casuística

Foi feita a avaliação dos exames de tomografia computadorizada de 100 pacientes, na faixa etária pediátrica (0 a 13 anos), que foram vítimas de traumas cranioencefálicos classificados como moderados ou graves (de acordo com a escala de coma de Glasgow – sendo escores de 3 a 8 como graves e de 9 a 12 como moderados).

Resultados

De acordo com o levantamento realizado, foi possível notar maior incidência de traumas cranioencefálicos moderados ou graves em meninos (64%) do que em meninas (36%). Além disso, em 100% dos casos houve relato de cefaleia acompanhada de vômitos. A partir da avaliação tomográfica, que foi realizada em todos os pacientes, foram obtidos os dados de que 30% dos acometidos apresentaram tomografia computadorizada (TC) de aspecto normal. Dentre as lesões intracranianas, 13% apresentaram hematoma subdural; 10% cursaram com contusão cerebral; já o hematoma extradural foi notado em 7% dos pacientes; em 4% dos casos foi identificado edema cerebral difuso e 3% foram vítimas de múltiplas lesões (ou seja, mais de dois achados tomográficos compatíveis com lesões cerebrais). Além disso, 5% tiveram episódio de hemorragia subaracnóidea traumática. Dentre as lesões do arcabouço ósseo craniano, foi possível observar ocorrência de 11% de fraturas lineares; 7% de fraturas de base de crânio com fístula liquórica; 3% de fraturas com afundamento fechado e 3% de fraturas em bola de pingue-pongue. Em 2% dos casos foi possível observar fratura com afundamento aberto e 2% cursaram com fratura de base de crânio sem fístula liquórica.

Discussão e Conclusões

Traumatismos cranioencefálicos (TCE) são um grande problema de saúde pública e, especificamente na população pediátrica, a literatura internacional mostra maior prevalência de TCE em meninos, principalmente em idade escolar e adolescentes. Além disso, quanto mais grave o acometimento cerebral, piores são as perspectivas de melhora, além da aquisição de déficits do desenvolvimento neuropsicomotor, linguístico e cognitivos ser mais acentuada. Logo, é muito importante trabalhar no âmbito da prevenção desses agravos, além de proporcionar pronto-atendimento, no intuito de se evitar a perda cognitiva e promover a manutenção do equilíbrio tecidual cerebral, evitando lesões permanentes e irreparáveis.

Referências bibliográficas

DEWAN, M. C. et al. Epidemiology of Global Pediatric Traumatic Brain Injury: Qualitative Review. World Neurosurgery, v. 91, p. 497–509.e1, jul. 2016.
KEENAN, H. T. et al. Neurodevelopmental Consequences of Early Traumatic Brain Injury in 3-Year-Old Children. PEDIATRICS, v. 119, n. 3, p. e616–e623, 1 mar. 2007.

Palavras Chaves

Trauma cranioencefálico; Pediatria; Neurocirurgia.

Área

Neurocirurgia Pediátrica

Instituições

Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes - Paraíba - Brasil

Autores

Amauri Pereira da Silva Filho, Alfredo Daniel de Souza Neto, Taianara Sampaio Reis, Marcos Antonio Xavier de Lima Júnior, Keyvid Santos Pereira, Tatiane Bezerra dos Santos, Vitor Camboim Nobre, Rafaela Alves de Souto