XIII Congresso Brasileiro de Neurocirurgia Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Lesão de plexo braquial em crianças não relacionadas ao parto. Série de 30 casos

Objetivo

As alterações do plexo braquial em crianças ocorrem mais no período neonatal devido aos problemas no parto.[1] Os autores analisaram 30 casos de crianças com lesão não relacionada ao parto. Foram analisadas as diferenças em relação aos pacientes adultos, quanto a etiologias e os resultados cirúrgicos. O objetivo foi analisar as características das lesões em crianças não relacionadas ao parto.

Materiais e Métodos/Casuística

Foram estudados 32 prontuários de pacientes com lesão de plexo braquial na faixa de 0 até 16 anos, no período de janeiro de 2010 até dezembro de 2017. Dois pacientes foram excluídos do estudo. Analisamos variáveis relacionadas à idade, gênero, causa da lesão do plexo braquial, tipo de lesão do plexo, tempo para a cirurgia e cirurgias propostas.
A etiologia do trauma foi dividida em grupos: acidentes de trânsito, ferimento penetrante, tração, queda e pós inflamatório.
As lesões foram classificadas em parciais e totais. As técnicas cirúrgicas foram enxertia e transferência nervosa. Quanto à técnica, analisamos os resultados da utilização de transferência de intercostais. Consideramos melhora clínica os que obtiveram grau 3 ou mais de função motora.

Resultados

Houve predomínio do gênero masculino (67%). A média etária foi de 4,5 anos. A maioria apresentou lesão do plexo parcial. As lesões totais foram mais prevalentes em pacientes com idade maior e relacionadas aos acidentes automobilísticos, sendo esta a principal causa (27%). Ocorreram 3 casos de lesão do plexo decorrentes de processos inflamatórios.
Houve preferência pela realização de transferências nervosas em relação à enxertia. Em 77% dos pacientes ocorreu melhora funcional para grau 3. Os resultados com a utilização do nervo intercostal foram superiores aos observados em adultos, com 60% de melhora. O tempo precoce decorrido para a realização de cirurgia, não demonstrou diferença estatística

Discussão e Conclusões

As lesões fora do período neonatal são pouco frequentes e existem raros estudos. Por terem mecanismo diferentes ao trauma neonatal, devem ser estudados separadamente.[2] Ao mesmo tempo as crianças apresentam maior plasticidade neural e capacidade de recuperação neurológica superior aos adultos.[3] Esta pesquisa analisou as etiologias e buscou com isso a prevenção e definição de técnicas de tratamento. Há diferenças quanto à etiologia e uma melhor resposta ao uso de intercostais como doador nas transferências nervosas realizadas nas lesões graves.

Referências bibliográficas

[1] Siqueira MG, Socolovsky M, Heise CO, Martins RS, Di Masi G (2012) Efficacy and safety of Oberlin's procedure in the treatment of brachial plexus birth palsy. Neurosurgery 71: 1156-1160; discussion 1161
[2] Zuckerman SL, Eli IM, Shah MN, Bradley N, Stutz CM, Park TS, Wellons JC (2014) Radial to axillary nerve neurotization for brachial plexus injury in children: a combined case series. J Neurosurg Pediatr 14: 518-526
[3] Siqueira MG, Martins RS (2011) Surgical treatment of adult traumatic brachial plexus injuries: an overview. Arq Neuropsiquiatr 69: 528-535

Palavras Chaves

Plexo Braquial, Criança, Trauma.

Área

Neurocirurgia Pediátrica

Instituições

Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação - Distrito Federal - Brasil

Autores

Ricardo Amoreira Gepp, Márcio Mendonça Cardoso, Flávio Leão Lima