XIII Congresso Brasileiro de Neurocirurgia Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Classificação epidemiológica das neurocirurgias e estudo das reoperações neurocirúrgicas realizadas no Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS) durante 2017 e 2018.

Objetivo

Apresentar o primeiro levantamento das neurocirurgias realizadas no HIAS, enfocando características clínico-epidemiológicas e aspectos quantitativos dos procedimentos.

Materiais e Métodos/Casuística

Estudo transversal e retrospectivo das cirurgias de 2017 e 2018. Os dados foram obtidos nos registros do centro cirúrgico e analisados no Excel pelo tipo de procedimento, destacando as cinco cirurgias mais frequentes. O número de retornos ao centro cirúrgico foi estudado de forma geral nas neurocirurgias e de forma específica para hidrocefalia, DVP e tumor.

Resultados

Ocorreram 999 neurocirurgias, das quais as mais realizadas foram derivação ventrículo-peritoneal - DVP - (28,4%), revisão de DVP (19,6%), tumor cerebral (12,3%), retirada de DVP e colocação de derivação ventricular externa - DVE - (9,9%), e colocação de DVE (9%), respectivamente, seguindo o perfil do serviço neurocirúrgico pediátrico sem atendimento ao trauma (BEURIAT et al., 2017). Na relação do número de cirurgias com a quantidade de pacientes, observou-se uma média de 2 operações por paciente no estudo das neurocirurgias em geral e no estudo específico para hidrocefalia, convergindo com a literatura (WHITEHEAD et al., 2017; ZHANG et al., 2018). Já a análise específica das DVPs e dos tumores cerebrais mostrou uma média de 1 cirurgia por paciente, assim como em outros estudos (BEEZ; STEIGER, 2018; DASENBROCK et al., 2017). A análise comparativa entre os dois anos mostrou aumento na probabilidade de reoperação para hidrocefalia (18,3% para 21%) e tumor (8,3% para 11%), com redução das reoperações de DVP (13,4% para 10%), mostrando favoravelmente tendência de redução na necessidade de reoperação desta cirurgia.

Discussão e Conclusões

O perfil do serviço é compatível com uma transição de um modelo de concentração em procedimentos de baixa complexidade, como as derivações para hidrocefalia, para um serviço de alta complexidade. A tendência é de persistência desta transição, visto que o hospital dispõe de todos os recursos humanos e tecnológicos para cirurgias complexas de tumores cerebrais e malformações congênitas, incluindo procedimentos neuroendoscópicos. Há necessidade de investigar as causas de reoperações, para que sejam combatidas e suas taxas reduzidas.

Referências bibliográficas

Palavras Chaves

Hidrocefalia. Tumores cerebrais. Reoperação.

Área

Neurocirurgia Pediátrica

Instituições

Hospital Infantil Albert Sabin - Ceará - Brasil

Autores

Raquel Queiroz Sousa Lima, Carlos Eduardo Barros Jucá, Bianca Gomes Bernardes, Rafaela Barros de Menezes, Anderson Alexsander Rodrigues Teixeira, Jennifer Brito Ferreira, Anna Christina Siqueira Marques, Luca Mateus Pedroza Sales