XIII Congresso Brasileiro de Neurocirurgia Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Análise retrospectiva do tratamento das lesões traumáticas da coluna na infância

Objetivo

Apesar de rara a ocorrência de lesões traumáticas da coluna vertebral na infância, seus efeitos podem ser devastadores. Pretendemos por meio deste trabalho, realizar uma análise das características de três casos de traumatismo espinhal na criança tratados em um serviço de referência em Neurocirurgia.

Materiais e Métodos/Casuística

Estudo observacional retrospectivo realizado a partir da análise de banco de dados de um serviço de Neurocirurgia no município de Fortaleza de fevereiro de 2018 a Janeiro de 2019.

Resultados

Na nossa amostra, houve predomínio do sexo masculino 66,66% (n=2) em relação ao feminino 33,33% (n=1). A idade média foi de 8,6 anos (6-10 anos). Os mecanismos do trauma em nossa casuística foram atropelamento (n=1), queda (n=1) e ferimento por arma de fogo (n=1). O período médio de internamento foi de 26 dias (15-45 dias). O segmento mais acometido foi o cervical (n=2), seguido pela transição cervico-torácica (n=1). A lesão traumática encontrada no nosso caso de atropelamento e queda foram, respectivamente, luxação unilateral de faceta C4C5 e luxação rotatória C1C2, diagnosticadas por tomografia cervical. A Ressonância Magnética acrescentou aspectos com relação a extensão da lesão ligamentar. Ambos os pacientes apresentaram dor a mobilização cervical, sem lesão neurológica. No primeiro realizou-se artrodese cervical por via posterior. No segundo foi optado por tração durante 3 dias e uso de colar de philadelphia por 3 meses. Nos dois casos houve redução completa da luxação com melhora da dor e manutenção da integridade neurológica. O paciente com lesão espinhal por arma de fogo, apresentou fratura do arco vertebral a nível C7T1, transfixando o canal, diagnosticado por tomografia. Clinicamente cursou com tetraplegia nível motor C7. Manifestou como complicações: insuficiência e infecção respiratória. Foi optado tratamento conservador, e após alta da UTI encaminhado para reabilitação, onde segue até o momento com manutenção do quadro neurológico inicial.

Discussão e Conclusões

Os dados encontrados corroboram com a literatura. As características biomecânicas próprias da criança, conferem maior proteção contra fraturas vertebrais, ocasionando lesões específicas dessa faixa etária. As lesões espinhais por arma de fogo ocasionam maior gravidade clínica e pior prognóstico neurológico. Portanto, um elevado grau de conhecimento destas características é fundamental para o adequado diagnóstico e tratamento desses casos.

Referências bibliográficas


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. Pudles, E. Delfino, HLA. A coluna vertebral: conceitos básicos. Porto Alegre: Artmed, 2014
2. Fonseca, LF; Pianetti, G; Xavier,CC. Compêndio de Neurologia Infantil - 2ª Ed. Rio de Janeiro: Medbook , 2010.
3. Masini, M. et al. Trauma raquimedular em crianças diferenças na etiopatogenia, tratamento e evoluçäo quando comparado com adulto: análise de 160 casos. Arq. bras. neurocir;14(3):119-128, set. 1995

Palavras Chaves

Traumatismo raquimedular, luxação cervical, ferimento espinhal

Área

Neurocirurgia Pediátrica

Instituições

Instituto Dr. José Frota - Ceará - Brasil

Autores

Wanderson Ricardo Serapião da Silva, Márcio Coelho Parahyba, Luiz Anderson Beviláqua Bandeira, Guilherme Sabóia Silveira, Gustavo Bandeira Santos, Marcell Alves Macêdo