XIII Congresso Brasileiro de Neurocirurgia Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Relata do caso: acidente inusitado durante retirada de cateter proximal de DVP

Objetivo

descrever um acidente durante o processo de retirada de cateter proximal de DVP, ressaltando o achado inusitado, e sugerindo formas de evitá-lo.

Materiais e Métodos/Casuística

descrevemos um relato de caso de uma criança de 4 anos portadora de hidrocefalia comunicante do infantil, tratada com DVP aos 6 meses. O paciente apresentou súbita indicação revisão de DVP por alterações clínicas e de imagens sugerindo HIC. Na cirurgia, houve fratura por compressão de pinça hemostática do cateter proximal junto da osteotomia de calota craniana. Houve necessidade imediata de retirada por risco de extravasamento volumoso de líquor e interiorização de cateter. Na retirada do cateter proximal, houve acidente de retirada de tecido cerebral. Optou-se por passagem de DVE pelo mesmo orifício, e conduta expectante. Após 20 dias da revisão de DVP, o LCR estava normal, recolocou-se DVP, alta hospitalar no 4º PO. O tecido ancorado no cateter proximal recebeu coração de hematoxilina e eosina (HE), e imunoistoquímica para CD68 para melhor análise da presença de micróglia.

Resultados

na tomografia pré-operatória, viu-se hidrocefalia com cateter proximal de DVP atravessando ventrículo lateral próximo a margem do ventrículo, sinais indiretos de hipertensão intracraniana. A análise histopatológica mostrou plexo coroide normocelular à coloração HE com presença de micróglia no estroma (CD68).

Discussão e Conclusões

a incidência de complicação de DVP variam entre 5 a 25% dependendo da literatura estudada. A obstrução ou disfunção dos shunts são divididos em proximal, disfunção de válvula e distal. Existem poucos estudos de obstrução proximal dos cateteres, a obstrução asséptica pelos orifícios do cateteres, descrita em um estudo, cita alta incidência de tecido de plexo coroide e células inflamatórias. O caso em questão possuía estes tipos celulares, aparentemente o material de silicone do cateter propiciou nidação do tecido coroide. Desta forma, seria iminente a obstrução do cateter. Outras formas, para evitar a possibilidade de obstrução do cateter, seriam maior indicação de terceiro ventriculostomia endoscópica, revisões programadas de shunts, inserção de cateteres proximais com auxílio de imagens (ultrassonografia), evitar posicionamento profundo do cateter, escolha de cateter de melhores recursos (impregnação de antibióticos ou prata, diferentes designe para melhor fluxo liquorica, válvulas inteligente com regulação de fluxo).

Referências bibliográficas

Palavras Chaves

Hidrocefalia, Derivação Ventriculoperitoneal, Acidente

Área

Neurocirurgia Pediátrica

Instituições

HOSPITAL INFANTIL ALBERT SABIN - Ceará - Brasil

Autores

WASHINGTON ASPILICUETA PINTO FILHO, LARA de Holanda Jucá SILVEIRA, Diogo VARELA MAIA, MARIANA LIMA VALE, CARLOS EDUARDO BARROS JUCA, PEDRO DE SÁ Cavalcante CIARLINI, Roberto CESAR Lima Júnior