Dados do Trabalho
Título
GLIOMAS DE VIAS ÓPTICAS NA INFÂNCIA: RELATO DE DOIS CASOS CLÍNICOS E REVISÃO DA LITERATURA COM ÊNFASE NA VIA DE ACESSO CIRÚRGICO.
Objetivo
Apresentar dois casos de gliomas de vias ópticas (GVO), discutir aspectos técnicos e resultados estéticos das vias de acesso, além do papel da operação cirúrgica no manejo da doença. O primeiro paciente foi operado pelo acesso pterional (fronto-têmporo-esfenoidal) e, o segundo, pelo frontal supraorbitário (FSO), através de incisão supraciliar (“eyebrow”).
Materiais e Métodos/Casuística
Caso 1: B.B.P, masculino, 4 anos, com quadro de estrabismo convergente por lesão do nervo abducente direito com caráter lentamente progressivo ao longo de 6 meses. A ressonância magnética (RM) de crânio evidenciou grande lesão expansiva na região opto-quiasmático-hipotalâmica e ele foi submetido à biópsia por acesso pterional tradicional. Caso 2: I.K.S, feminino, 4 anos, com perda visual bilateral indolor, progressiva e estrabismo convergente há 9 meses. A RM de crânio exibiu lesão de aspecto infiltrativo no quiasma óptico e suprasselar subfrontal direita. Ela foi submetida à biópsia via craniotomia FSO, com incisão supraciliar.
Resultados
Os GVO são entidades muito conhecidas no universo da neurocirurgia pediátrica, mas o manejo mais adequado, incluindo o papel da microcirurgia, visando à citorredução, sobretudo nos pacientes com visão útil, permanece não esclarecido. A quimioterapia pode ser eficaz no controle da neoplasia. Quanto aos acessos cirúrgicos, uma vez que a biópsia tenha sido indicada, as craniotomias pterional e FSO são boas opções, pois proporcionam adequada exposição à neoplasia. Possíveis vantagens da craniotomia FSO com incisão supraciliar incluem menor tempo cirúrgico e não manipulação do músculo temporal. Uma desvantagem potencial é o eventual resultado estético desfavorável de uma cicatriz supraciliar. Não houve quaisquer complicações cirúrgicas nos dois casos relatados.
Discussão e Conclusões
Os GVO são neoplasias tipicamente da infância, de crescimento lento, no contexto da NF-1 e com relativo bom prognóstico. Não há um claro manejo ideal e este deve ser individualizado. A operação cirúrgica define o diagnóstico histopatológico. Uma vez indicada a biópsia, as craniotomias pterional e FSO são boas opções. A incisão supraciliar oferece uma boa exposição para a craniotomia FSO.
Referências bibliográficas
Palavras Chaves
Glioma de nervo óptico, tratamento cirúrgico, técnicas para biópsia
Área
Neurocirurgia Pediátrica
Instituições
Hospital Universitário do Oeste do Paraná - Paraná - Brasil
Autores
Layara Lenardon, Marcos Henrique Lima Galles, Marcius Benigno Marques Santos, Orival Alves, Marcelo Alvarez Rodrigues, Stenio Henrique Souza, Paulo Eduardo Mestrinelli Carrilho, Cristiane Egewarth, Talvany Donizetti Oliveira, Fernando Anjos Schmitz, Álvaro Moreira Luz, Helber Alves Perez, Willian Luiz Rombaldo