XIII Congresso Brasileiro de Neurocirurgia Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Uso da fotogrametria com smartphone para acompanhamento de deformidades cranianas: caso piloto

Objetivo

Este trabalho busca demonstrar que a utilização da fotogrametria com smartphone em crianças com deformidade craniana é exequível na prática médica, podendo substituir métodos mais caros, mantendo boa qualidade e de forma mais barata. Sendo este um caso piloto.

Materiais e Métodos/Casuística

Neste trabalho, utilizando um smartphone Samsung S7, foi realizado um vídeo de uma criança com escafocelia no pré-operatório, após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido pelo responsável. Foi necessário colocar uma touca na criança para possibilitar a adequada captura da imagem. Posteriormente foi realizado um vídeo ao redor da cabeça da criança de forma a capturar todo o perímetro cefálico. As imagens foram reconstruídas em 3 dimensões (3D), utilizando o software Agisoft® em um laptop doméstico. Outro vídeo foi feito no pós-operatório, após 15 dias, seguido da reconstrução 3D e comparado com o pré-operatório.

Resultados

As imagens da criança foram feitas sem incômodos, com boa aprovação pelos pais, demonstrando que a reconstrução é factível, confiável e simples de ser realizada, podendo ser utilizada para o acompanhamento ambulatorial dessas crianças. Como o laptop não possui configurações elevadas para processamento de imagem, o processo de reconstrução se torna mais lento, com o tempo variando de 1 a 2 horas.

Discussão e Conclusões

Desta forma, apresentamos um método inovador, que até o momento, apenas 2 estudos com casos isolados foram encontrados na literatura cujo o objetivo desses estudos eram validar o método em relação a outros já utilizados. Logo, é um método que não utiliza nenhuma forma de radiação e que necessita apenas de uma câmera de celular e de um computador doméstico habilitado, sendo mais barato que métodos semelhantes como a estereofotogrametria e o escaneamento com laser.
O empecilho para o método é manter a criança imóvel, o que foi possibilitado com vídeos infantis para distração. Outro problema é a manipulação do software e das imagens, o que demanda um profissional capacitado ou o interesse do médico assistente em aprender. A intenção deste estudo é realizar um caso piloto, para que dessa forma possamos realizar um projeto em larga escala e demonstrar que esse método é factível e confiável para a prática médica. Sendo assim, esta é mais uma maneira de se acompanhar essas crianças, encaixando-se na realidade de um sistema público como o sistema único de saúde.

Referências bibliográficas

BARBERO-GARCÍA, I. et al. Low-Cost Smartphone-Based Photogrammetry for the Analysis of Cranial Deformation in Infants. World Neurosurgery, v. 102, p. 545–554, 2017
LERMA, J. L. et al. Smartphone-based video for 3D modelling: Application to infant’s cranial deformation analysis. Measurement: Journal of the International Measurement Confederation, v. 116, p. 299–306, 2018

Palavras Chaves

craniossinostose, fotogrametria, smartphone

Área

Neurocirurgia Pediátrica

Instituições

Hospital da Criança de Brasília - Distrito Federal - Brasil, Hospital de Base do Distrito Federal - Distrito Federal - Brasil

Autores

Paulo Augusto Souza Lara Leão, Benicio Oton Lima, Marcio Ferreira Marcelino