XIII Congresso Brasileiro de Neurocirurgia Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

MANEJO DO ANEURISMA EM GESTANTE: REPERCUSSÕES PARA O FETO E NEURODESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Objetivo

A conduta frente à aneurismas intracranianos recebe especial atenção médica. Este cenário torna-se mais desafiador quando associado a gestação. Nesse contexto, o objetivo foi discutir, mediante relato de caso, a necessidade de um manejo adequado de tal condição, para minimizar possíveis repercussões fetais e no neurodesenvolvimento da criança.

Materiais e Métodos/Casuística

Dados clínicos foram obtidos através de prontuário médico e foi realizada extensa revisão de literatura pesquisando no PubMed, MedLine e Scielo. Foram usados os descritores “gestação”, “aneurisma cerebral” e “manejo”, sendo incluídos artigos de 2013 a 2018, em língua inglesa e portuguesa, com foco na gestão de tal quadro.

Resultados

Paciente, 28 anos, 13ª semana de gestação, procurou o hospital com queixas de cefaleia súbita e intensa associada a vômitos. Tomografia Computadorizada (TC) de Crânio revelou dilatação do sistema ventricular sugestivo de hidrocefalia. Foi encaminhada para realização imediata de Derivação Ventricular Externa (DVE). Posteriormente, foi submetida a Angio TC que detectou dilatação aneurismática da artéria comunicante anterior, medindo 6mm. Clipagem neurocirúrgica foi realizada e, após procedimento, paciente evoluiu satisfatoriamente e desenvolvimento fetal permaneceu dentro do esperado.

Discussão e Conclusões

O manejo de aneurismas cerebrais durante gestação ainda é um tema bastante debatido. Em relação a um risco aumentado de hemorragia subaracnóide durante a gravidez, existem opiniões controversas. Alguns autores descrevem fatores como obesidade, hipertensão crônica, idade maior ou igual a 40 anos como colaboradores para ruptura de aneurismas. Para fins diagnósticos, deve ser evitada a exposição fetal a radiação ionizante, sendo preferível a realização de Ressonância Magnética. Literatura prévia revela que podem haver consequências para o feto pelo tratamento administrado na gestante. A manutenção da estabilidade hemodinâmica da mãe é um ponto relevante, uma vez que se correlaciona com o status fetal e possíveis repercussões no neurodesenvolvimento, as quais são pouco estudadas. Portanto, as decisões devem se basear em avaliação individualizada, considerando padrões obstétricos, maternos e localização do aneurisma. Por fim, a partir da presente revisão, foi possível sinalizar para necessidade da ampliação de estudos nesse âmbito para se chegar a conclusões mais definitivas, a fim de se evitar danos no desfecho neonatal.

Referências bibliográficas

1. Fritzsche, FS, et al. Maternal Aneurysmal Subarachnoid Hemorrhage During Pregnancy as an Interdisciplinary Task. Z Geburtsh Neonatol 2017.
2. Atallah D, Mansour F, Samaha E, El Kassis N, Nassif J. Cerebral aneurismal rupture with subarachnoid hemorrhag during pregnancy: a case report. J Med Liban 2015.
3. KATAOKA, H, et al. Subarachnoid Hemorrhage From Intracranial Aneurysms During Pregnancy and The Puerperium. Neurol Med Chir (Tokyo) 2013.

Palavras Chaves

Gestação, Aneurisma Cerebral, Manejo

Área

Áreas Afins

Instituições

UNIFACISA - Paraíba - Brasil

Autores

LARISSA NEVES LUCENA, MARCOS WAGNER SOUSA PORTO, JUAN CARLOS SOARES VIDAL, AMANDA MARIA LEMOS SILVA, MARCOS ANTONIO XAVIER LIMA JÚNIOR, THAYANE ARAÚJO LIMA, MARINA COUTINHO COSTA, BRUNO LEONARDO ALVES CORREIA, MÁRCIA NOELLE CAVALCANTE MEDEIROS, LUCAS GONÇALVES PINHEIRO