XIII Congresso Brasileiro de Neurocirurgia Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

O que ganha o neurocirurgião pediátrico ao trabalhar em grupos multidisciplinares? Experiência na abordagem a pacientes com disrafismos espinhais

Objetivo

Relatar a experiência como neurocirurgião pediátrico no contexto do trabalho multidisciplinar a pacientes com disrafismos espinhais.

Materiais e Métodos/Casuística

Durante o período de 18 meses avaliamos ações e estratégias na abordagem de pacientes referenciados a ambulatório multidisciplinar de lesão medular infantil. Os casos foram triados e submetidos a avaliação global do serviço e todos passaram por acompanhamento nas seguintes áreas: Neurocirurgia; Urologia; Fisioterapia; Terapia ocupacional; Psicologia e neuropsicologia. A situação clínica dos pacientes foi enquadrada em 05 domínios principais e avaliadas prospectivamente: Bexiga neurogênica; Situação do shunt/hidrocefalia; Performance intelectual; Deformidades ortopédicas e situação psicoafetiva.

Resultados

25 pacientes foram acompanhados, follow-up médio de 150 dias(31-213). Os pacientes tinham em média 68,7 meses(5,7 anos) de vida( 4-180). 15 eram portadores de mielomeningocele, sendo 4 sacrais, 10 lombares e 1 torácica. 7 pacientes tinham diagnóstico de disrafismo oculto. 03 pacientes foram diagnosticados com medula presa e referenciados para cirurgia, após discussão em reunião com a equipe. Tais pacientes tinham lesões sacrais e apresentaram piora documentada em avaliação urodinâmica associada ao aparecimento de deformidade em pés. Uma paciente com lipoma de cauda equina foi diagnosticada com insuficiência renal e não fazia acompanhamento especializado 02 anos após a cirurgia ( ressecção parcial). Em 02 casos houve indicação de revisão de shunt por sintomas de hiperdrenagem. Dos 06 pacientes que foram indicados tratamento cirúrgico, 03 estavam liberados de acompanhamento pelo neurocirurgião assistente inicial. O neurocirurgião do serviço teve em 02 casos uma percepção inicial de deterioração neurológica atribuída a piora da doença de base a qual não foi confirmada e na verdade se tratavam de questões familiares e afetivas

Discussão e Conclusões

Os pacientes com disrafismo espinhal devem preferencialmente ser acompanhados por equipes multidisciplinares. Por mais que recaia no neurocirurgião a tomada de decisões quanto a intervenção cirúrgica reconhece-se que a fenomenologia por trás das indicações é às vezes duvidosa. A percepção dessa situação em um olhar multiprofissional acrescenta no reforço dos critérios de validação ou não dessas intervenções e no melhor reconhecimento da real situação de saúde dos pacientes.

Referências bibliográficas

Palavras Chaves

disrafismo espinhal; Comunicação interdisciplinar; Neurocirurgia

Área

Neurocirurgia Pediátrica

Instituições

Departamento de Medicina Integrada - UFRN - Rio Grande do Norte - Brasil, Instituto Santos Dumont - Rio Grande do Norte - Brasil

Autores

Angelo Raimundo Silva Neto, Hougelle S.Gomes Pereira, Camila Rocha Simão, Gentil Gomes Fonseca Filho, Alice Leticia P. Silva