XIII Congresso Brasileiro de Neurocirurgia Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Avaliação da terceiroventriculostomia endoscópica em crianças com Chiari tipo II após a primeira falha da derivação ventrículo peritoneal

Objetivo

Avaliar a eficácia e segurança da terceiroventriculostomia endoscópica (TVE) em crianças com a síndrome de Chiari tipo II na vigência da primeira falha da derivação ventrículo peritoneal (DVP).

Materiais e Métodos/Casuística

Foram estudados retrospectivamente pacientes com hidrocefalia secundária ao Chiari tipo II e submetidos a TVE no momento da primeira falha da DVP. O escore para predição do sucesso da TVE foi obtido retrospectivamente para cada paciente e comparado ao sucesso real observado em seis meses e um ano após o procedimento. Os pacientes com outras etiologias da hidrocefalia foram excluídos desse estudo.
Considerou-se como sucesso da TVE a melhora dos sinais e sintomas de hipertensão intracraniana. A redução volumétrica ventricular não foi considerada como sinal necessário para se julgar o sucesso do tratamento.
Utilizou-se o software SPSS (StatisticalPackage for the Social Science) e Minitab.Foi comparado o sucesso real da TVE em seis meses e um ano com a predição do ETVSS. O índice de significância estatística de 5% foi adotado.

Resultados

Foram selecionados 43 crianças. . A faixa etária dos indivíduos analisados variou entre um mês à 17 anos de vida. A taxa de sucesso geral da TVE em pacientes com DVP prévia foi de 53,48% em seis meses e 41,86% em um ano. O grupo etário com maior porcentagem de sucesso foi o dos que apresentavam 10 anos ou mais e demonstraram 76,92% de sucesso em 6 meses e 69,23% em 1 ano.
Não houve mortalidade durante o tratamento.

Discussão e Conclusões

A indicação da TVE em pacientes com síndrome de Chiari tipo II é controversa devido a dificuldades anatômicas relacionadas com a síndrome. Entretanto, em virtude do risco das complicações infecciosas das válvulas, o uso da técnica endoscópica tem se mostrado como alternativa viável [ 1,2 ].
Esses pacientes ao nascerem com hidrocefalia são inicialmente tratados com as derivações ventrículo peritoneais (DVP). Estima-se que aproximadamente metade das válvulas falharão ainda no primeiro ano de vida e que esse risco permanecerá, doravante, em cerca de dez por cento ao ano.
O estudo sugere que a TVE é técnica segura e capaz de tratar a hidrocefalia mesmo em pacientes com Chiari II previamente considerados válvula dependentes.

Referências bibliográficas

1 Teo C, Jones R. Management of Hydrocephalus by Endoscopic Third Ventriculostomy in Patients with Myelomeningocele. Pediatric Neurosurgery. 1996;25(2):57-63.

2 Beuriat P, Szathmari A, Grassiot B, Plaisant F, Rousselle C, Mottolese C. Role of Endoscopic Third Ventriculostomy in the Management of Myelomeningocele-Related Hydrocephalus: A Retrospective Study in a Single French Institution. World Neurosurgery. 2016;87:484-493.

Palavras Chaves

Hidrocefalia; Terceiroventriculostomia endoscópica; Chiari tipo II

Área

Neurocirurgia Pediátrica

Instituições

Biocor instituto - Minas Gerais - Brasil, Hospital Vila da Serra - Minas Gerais - Brasil

Autores

Leopoldo Mandic Ferreira Furtado, José Aloysio da COSTA VAL FILHO, Eustaquio Claret dos Santos Junior, Julia Braga Holliday, Júlia da Silva Costa, Marcelle Amaral de Matos, Victor Adalberto Machado Nascimento