Dados do Trabalho
Título
Comparação entre paciente espástico portador de paralisia cerebral submetido à rizotomia dorsal seletiva lombar utilizando como controle seu irmão gêmeo univitelino sadio
Objetivo
Comparar um paciente portador de paralisia cerebral submetido à RDS lombar (RDS L) para tratamento de espasticidade utilizando como controle seu irmão gêmeo univitelino sadio.
Materiais e Métodos/Casuística
Comparou-se dois irmãos gêmeos, sexo masculino, 6 anos e 9 meses de idade, um deles portador de paralisia cerebral espástica. Utilizou-se escalas de quantificação funcional (GMFCS, GMFM, MACS, PMAL e Ashworth Modificado), análise biomecânica da marcha e estudo de eletromiografia de superfície (EMG) no paciente espástico, caracterizando funcionalmente o seu quadro motor. Fez-se a RDS L com monitorização neurofisiológica e avaliação fisioterapêutica intraoperatórias (seccionou-se, bilateralmente, 50% das radículas em L1, L3, L4 e S2 e 75% em L2, L5 e S1) e a avaliação neurofuncional no pós-operatório. No gêmeo sadio (controle), foram realizados os mesmos testes.
Resultados
Pré-operatório: GMFCS III, GMFM total 65,54%, MACS I e PMAL com escala de frequência 4,34 e de qualidade 4,38. Ashoworth Modificado: grau 1 em flexores de quadris e joelhos, dorsiflexores e inversores de tornozelos; 1+ em extensores de joelhos; 2 em adutores de quadris; 3 em flexores plantares. EMG: adutor magno 12,62 e 8,88µV; vasto lateral 8,90 e 9,50µV; semitendinoso 6,23 e 8,75µV; tibial anterior 9,56 e 11,69µV e gastrocnêmio medial 16,99 e 21,40µV, direito e esquerdo, respectivamente. Pós-operatório: GMFCS III, GMFM total 68,44%, MACS I e PMAL com escala de frequência 4,54 e de qualidade 4,52; Ashoworth grau 0 em todos os grupos musculares. EMG: adutor magno 7,01 e 4,61µV; vasto lateral 4,70 e 4,9µV; semitendinoso 4,03 e 7,76µV; tibial anterior 6,65 e 5,57µV e gastrocnêmio medial 9,05 e 7,36µV. No controle, o Ashoworth foi zero para todos os grupos musculares e na EMG obteve-se: adutor magno 2,97 e 2,68µV; vasto lateral 4,70 e 4,40µV; semitendinoso 3,51 e 3,51µV; tibial anterior 5,00 e 5,52µV e gastrocnêmio medial 4,61 e 5,18µV.
Discussão e Conclusões
A RDS L foi eficaz na redução da espasticidade, com relaxamento muscular para grau zero (Ashworth Modificado), bem como redução dos dados eletromiográficos no pós-operatório no paciente espástico, obtendo-se valores semelhantes ao seu controle. A RDS L aliada avaliação neurofuncional utilizando um paciente controle mostraram-se eficazes na monitorização, redução e controle da espasticidade em paciente portador de paralisia cerebral.
Referências bibliográficas
Palavras Chaves
Espasticidade, Eletromiografia de superfície, Avaliação Multidisciplinar
Área
Neurocirurgia Pediátrica
Instituições
Centro Integrado de Reabilitação - CEIR - Piauí - Brasil
Autores
Leonardo Raphael Santos Rodrigues, Maria Clara Luz Ferreira, Lucas Levy Alves de Moraes, Jordano Leite Cavalcante de Macêdo, Josione Rêgo Ferreira, Leylane Alzeni Mendes Rilzer Lopes, Ana Patrícia de Carvalho Petillo Rodrigues, Francisco José Alencar