68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

MANEJO CONSERVADOR EM TUMOR ESTROMAL GASTROINTESTINAL “GIST” DE RETO INFERIOR AVANÇADO

Objetivo(s)

Objetivo deste relato é descrever um caso raro de cancer retal, onde um paciente é acometido por um tumor Estromal Gastrointestinal ( GIST), para enriquecer a bibliografia médica cirúrgica na coloproctologia e contribuir para condução de casos futuros.

Descrição do caso

J.M.S. 52 anos, apresentando há 6 meses dor anal, hematoquezia e emagrecimento. Exame físico, abaulamento em parede antero-lateral esquerda do reto a 3 cm da MA, firme e imóvel. Colonoscopia sem lesões sincronicas. Lesão vegetante entre reto inferior e canal anal antero-lateral esquerdo ocupando ⅓ da luz, infiltrando espaço intersfincteriano. Patologia: “Tumor Fusocelular sugestivo de GIST”. Imuni-histoquimica: “tumor estromal gastro-intestinal, Perfil imuno-istoquimico: positivo para CD117, CD34, Negativo para Desmin, S100. TC: com metástases hepáticas, a maior com 4,9cm em lobo direito, próstata com borramente da gordura adjacente a lesão, vesiculas seminais sem invasão. TC de Tórax com metastase em lobo superior de pulmão esquerdo com aprox. 1,6x1,0cm. Avaliando-se a agresssividade da doença e de comum acordo com o paciente optou-se quimioterapia paleativa (Mesilato de Imatinibe - GLIVEC). Após 3 meses apresentou melhora dos sintomas ,chegando a estar assintomático no momento da consulta. TR com lesão retal na mesma topografia, porem com tamanho menor. Avaliado pela equipe de Cirurgia Torácica, não indicado ressecção da metastase pulmonar. Em nova consulta em 3 meses permanecia assintomatico, exame físico semelhantes. Acompanhamento regular e sem progressão clínica ou radiológica por 2 anos, voltando a se tornar sintomático com dor anal e dificuldade evacuatória, TR com crescimento exponencial da lesão retal. Novo estadiamento evidenciou aumento das metástases hepáticas e pulmonares alem de massa pélvica em topografia retal com invasão de parede posterior da bexiga. Submetido a sigmoidostomia em dupla boca. Os demais sintomas eram controlados com dipirona e codeina sob demanda. Iniciado novamente QT, após 3 meses apresentou melhora álgica e permanece oligosintomatico em tratamento paleativo até a data da conclusão deste relato.

Discussão e Conclusão(ões)

GIST de reto é extremamente raro, tumores primários não metástaticos devem ser ressecados totalmente com objetivo de cura. No adenocarcinoma, há vantagens em ressecções paleativas e higienicas para aumento da sobrevida, no GIST de reto a escacez de fontes dificulta a criação de um protocolo. Optou-se por conduta paleativa, visto presença de metástases em fígado e pulmão, a qualidade de vida seria melhor sem a amputação de reto. Permaneceu assintomático por 2 anos. Por outro lado se fosse ressecado foco primário poderia se beneficiar da ausência de sintomas retais. Não dispomos de casos suficientes para definir uma rotina para o GIST de reto, porem o tratamento conservador é insuficiente para cura, deve-se considerar a condição clínica, estadiamento e o desejo do paciente sobre sua doença, respeitando, acolhendo e humanizando o mesmo.

Área

Doenças malignas e pré-malignas dos cólons, reto e ânus

Autores

RODOLFO FREDERICO GAZZONI DEGRAZIA HOWES, DIANA MARIA BALDEZ, ANDRÉS PESSOA PANDELO, RONALDO HUGO PETROSEMOLO, ANA PAULA DA COSTA, BRUNA CARMINATTI BAVARESCO, RONALDO MESQUITA MACHADO