68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

CORRECAO DE FISTULA RETOVAGINAL COM TRANSPOSIÇAO DE RETALHO DE MUSCULO BULBOCAVERNOSO

Objetivo(s)

Apresentar relato de caso de correcção de fístula retovaginal grande, com transposição de retalho de músculo bulbocavernoso (Técnica de Martius).

Descrição do caso

J.C.C, 74 anos, sexo feminino, apresentando quadro de fístula retovaginal grande, com cerca de 4 cm de extensão no início do canal vaginal, distando 2 cm do intróito vaginal. Fístula de provável origem iatrogênica após clisteres retais devido a constipação. Sem histórico de neoplasia colorretal ou radioterapia prévia. Apresentou como quadro clínico a presença de saída de gás e fezes pela vagina, principalmente em vigência de fezes líquidas. Diagnóstico através de exame físico e coloproctológico completo. Foi solicitado exames complementares como colonoscopia, para afastar causas neoplásicas ou possível doença inflamatória intestinal, e também manometria anorretal para estudo fisiológico da continência e aparelho esfincteriano. Foi optado por realização de sigmoidostomia em alça temporária, a fim de proporcionar uma menor contaminação e melhor cicatrização local. No mesmo procedimento foi submetida a correcção de fístula retovaginal por via perineal, com transposição de retalho de músculo bulbocavernoso direito pela técnica de Martius.

Discussão e Conclusão(ões)

As fístulas retovaginais (FRV) constituem grande desafio para o cirurgião colorretal. Definidas como uma comunicação anormal entre o reto e a vagina, na maioria das vezes resultam de trauma obstétrico ou cirurgia ginecológica/perineal. Trauma, doença inflamatória intestinal, radioterapia e neoplasias estão entre causas menos comuns. O tratamento é eminentemente cirúrgico e diversas técnicas podem ser usadas. A cirurgia de Martius (CM), desenvolvida no século XX na Alemanha por Henrich Martius, originalmente era usada para tratamento de incontinência urinária feminina causada por estresse. Foi adaptada no decorrer dos anos e usada para o reparo de diversas desordens pélvicas, demonstrou bons resultados no tratamento das FRV recidivantes. Optado por realização desta técnica neste caso reportado, devido a grande extensão do orifício e destruição do septo retovaginal.

Área

Doenças Anorretais Benignas

Autores

BRUNO BASTOS FERREIRA, LEONARDO MACHADO DE CASTRO, RICARDO JÚNIO GARCIA, ÁTILA HADDAD CRELIER