68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

DOENÇA DE CROHN PERINEAL: PERFIL DO TRATAMENTO CLINICO E CIRURGICO

Objetivo(s)

O objetivo é avaliar o tratamento clínico e cirúrgico de pacientes com Doença de Crohn (DC) perineal atendidos em serviço público municipal da grande São Paulo, no período de 3 anos.

Método

Estudo tipo coorte retrospectiva. Foram compilados dados pessoais, tratamento clínico e abordagens cirúrgicas de 10 pacientes com Doença de Crohn perineal entre janeiro de 2014 a dezembro de 2017.

Resultados

Dentre os 10 pacientes, 5 apresentavam diagnóstico de fístula anorretal (FAR), um abscesso perianal, uma fístula reto-vaginal, 2 estenoses de canal anal e um com plicomas anais. A média de idade foi de 36,8 anos e houve predominância do sexo feminino (60% dos casos). Dentre os pacientes com FAR, 5 utilizavam imunobiológicos no momento da primeira abordagem e um utilizava azatioprina (AZA). Dentre os que faziam uso de anti-TNF alfa, a média de abordagens foi de 2,2 e o paciente em uso de AZA necessitou de 5 abordagens. Quanto aos pacientes com estenose anal, fístula retovaginal e plicoma anal, todos utilizavam anti TNF alfa e a média de abordagens foi respectivamente de 2 abordagens.

Conclusão(ões)

As manifestações perineais na Doença de Crohn (DC) são muito debilitantes e fonte de muita morbidade. São muito frequentes, podendo ocorrer em 20 a 80 % dos casos, sendo geralmente associadas a lesões do cólon e reto, e com menos frequência às lesões proximais (1,2). Dentre elas, as fístulas perineais são as mais comuns, com uma incidência que varia entre 23 a 38%.3 Outras manifestações incluem abscessos, plicomas, fissuras, doença hemorroidária, estenoses e carcinoma (1,2). O tratamento clínico medicamentoso e cirúrgico combinado é a abordagem mais efetiva da doença perineal (4) e a maioria dos estudos recentes advogam que a melhor opção para tratamento clínico das fístulas perianais são através do uso de agentes anti-TNF alfa (4,5). O tratamento cirúrgico deve ser conservador devido ao risco de evolução com incontinência fecal (1,2). O tratamento cirúrgico associado aos imunobiológicos é a abordagem preferencial para manifestações perineais (6,7). Tais estudos não quantificam o número de abordagens, pois estas são geralmente em número necessários para controle da doença perineal, preconizando abordagens mais comedidas com menor ressecção de tecido e visando controle de focos infecciosos. Um estudo com uma amostra maior e seguimento mais prolongado se faz necessário para a reprodução de resultados observados nos demais estudos.

Área

Doenças Anorretais Benignas

Autores

DIOGO FONTES SANTOS, SANDRA DI FELICE BORATTO, FLÁVIA BÁLSAMO, SÉRGIO HENRIQUE COUTO HORTA, MARCELLA CONZ RODRIGUES, DEBORA FONTES SANTOS, RODRIGO LAVIGNE GESTEIRA SLAIBI