68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

HIDRADENITE E CEC DE ANUS- UM RELATO DE CASO

Objetivo(s)

Descrever um caso de hidradenite que teve como achado carcinoma espinocelular com evolução cirúrgica e oncológica.

Descrição do caso

PACIENTE J.C.G.J, SEXO MASCULINO, 66 ANOS,PROCEDENTE DE CRAVINHOS, LAVRADOR, HIPERTENSO,EX TABAGISTA, EX ETILISTA, HISTÓRIO FAMILIAR DE MELANOMA (IRMÃ). ANTECEDENTE DE LESOES PERIANAIS, COM PIORA DOS SINTOMAS HÁ 6 ANOS COM QUANDO FOI SUBMETIDO A RESSECÇAO CIRURGICA, SEM RECIDIVAS DESDE ENTAO.
PASSA POR CONSULTA MÉDICA, NO DIA 09/01/2019 COM HISTÓRIA DE DOR E LESÃO PERI-ANAL, EVOLUINDO COM DRENAGEM ESPONTÂNEA DE SECREÇÃO. REFERE HABITO INTESTINAL PRESERVADO, NEGA HEMATOQUEZIA, NEGA ENTERORRAGIA, NEGA PERDA PONDERAL.
AO EXAME FÍSICO, PRESENÇA DE LESÃO PERIANAL EM ESPELHO, COM +/- 4 CM, COM AREA ÚLCERADA DRENANDO SECREÇÃO, TOQUE RETAL NORMAL.
REALIZADA EXÉRESE DE LESÃO EM 14/01/2019. PACIENTE EVOLUI SATISFATORIAMENTE EM PÓS OPERATÓRIO.EM RETORNO, APRESENTOU ANÁTOMO PATOLÓGICO COM - “CARCINOMA ESPINOCELULAR” (CEC) – CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS MODERADAMENTE DIFERENCIADO ULCEROINFILTRANTE, COM FORMAÇÃO DE FÍSTULAS EM PELE E SUBCUTÂNEO DE REGIÃO PERI-ANAL. A LESÃO INFILTRAVA TODO O FRAGMENTO, COM INVASÃO DE TRAJETOS NERVOSOS E NECROSE TUMORAL JUNTO AO TRAJETO FISTULOSO.
PACIENTE ENCAMINHADO AO SERVIÇO DE ONCOLOGIA PARA SEGUIMENTO DE TRATAMENTO ONCOLOGICO EM SERVIÇO PÚBLICO.

Discussão e Conclusão(ões)

A HIDRADENITE SUPURATIVA(HS) CONSISTE EM UM PROCESSO INFLAMATÓRIO CRÔNICO, AFETA AS GLANDULAS SUDORIPARAS APOCRINAS, COM OBSTRUÇÃO DO CANAL GLANDULAR POR TAMPOES DE QUERATINA PROPICIANDO A PROFILERAÇÃO BACTERIANA, A ETIOPATOGENIA É MAL DEFINIDA PODENDO ESTAR ASSOCIADO A DISTURBIOS ENDÓCRINOS, IMUNOLÓGICOS, HEREDITÁRIOS E EXÓGENOS. CARACTERIZA-SE POR EDEMA, NÓDULOS DOLOROSOS, PRURIDO, HIPERHIDROSE E DRENAGEM DE SECREÇÃO PURULENTA, FÉTIDA E OCASIONALMENTE COM SANGUE. O TUMOR DO CANAL ANAL APESAR DE RARO, APRESENTA O CEC COMO SENDO O PRINCIPAL TIPO HISTOPATOLOGICO. PODE TER RELAÇAO COM QUADRO PRÉVIO DE HPV OU HIV, FISTULA ANAL CRÔNICA, TABAGISMO, IMUNODEPRIMIDOS E CONDIÇÕES PRECÁRIAS DE HIGIENE.
COM INCIDENCIA DE 1 A 3%, O CEC QUE SURGE NA HS DE LONGA DURAÇÃO É RARO E SUA PATOGÊNESE NÃO É TOTALMENTE COMPREENDIDA. A INFLAMAÇÃO DE LONGA DURAÇÃO PODE LEVAR AO AUMENTO DA TAXA DE MUTAÇÕES ESPONTÂNEAS , IMPORTANTE NO APARECIMENTO DE CEC. TEM PREVALÊNCIA MAIOR EM AFRODESCENDENTES E MULHERES, PORÉM A INCIDENCIA E RISCO PARA CEC É MAIOR NOS HOMENS. POSSUI DISSEMINAÇAO METASTATICA PRINCIPALMENTE LOCORREGIONAL, A DISTANCIA É RARA, ACOMETENDO FIGADO E PULMAO, E ALTA TAXA DE MORTALIDADE. NO CASO APRESENTADO, O PACIENTE TINHA LINFONODO INGUINAL, EXAMES DE IMAGEM SEM EVIDENCIA DE LESAO MESTASTATICA. O DIAGNOSTICO E ESTADIAMENTO É FEITO POR BIOPSIA, HISTOPATOLOGICO, TC DE ABD, PELVE E TORAX, USG ENDOANAL, RM DE PELVE E COLONOSCOPIA. O TRATAMENTO INDICADO É A RADIOTERAPIA E A QUIMIOTERAPIA SENSIBILIZANTE, RECOMENDA-SE O REGIME NIGRO MODIFICADO. O CEC EM HS APESAR DE RARO, TEM BOM PROGNOSTICO SE NAO TIVER ACOMETIMENTO SECUNDARIO, É IMPORTANTE UMA BOA RESSECÇAO COM MARGEM E AVALIAÇAO DO AP.

Área

Doenças malignas e pré-malignas dos cólons, reto e ânus

Categoria

Relatos de caso

Autores

Mariane Tonin Jatobá, Ulisses Cardoso Marques, Juliana Cruz Apolinario, Muhamed Ali Hijazi, Rafaela Morais Macedo, Mariella Furlan Carneiro, Talita Zancanaro Carniel, Reginaldo Rodrigues do Prado