Dados do Trabalho
Título
TRATAMENTO CIRURGICO DA DOENÇA DE CROHN PERINEAL
Objetivo(s)
Demonstrar o tratamento cirúrgico de paciente jovem com Doença de Crohn (DC) fistulizante perineal grave antes do início da terapia com imunobiológico.
Descrição da técnica
1- Paciente em posição de litotomia sob raquianestesia e sedação
2- Anti-sepsia com solução de clorexidine aquoso
3- Assepsia e colocação de campos cirúrgicos estéreis
4- Inspeção: múltiplas e extensas áreas de enduramento e fibrose em região perianal e glútea bilateral com extensão para região escrotal com inúmeros orifícios fistulosos com exteriorização de conteúdo purulento e ânus de aspecto patuloso
5- Toque retal: estenose anal iniciada a 1cm da borda anal e se extendendo a 3cm proximal, com perviedade de aproximadamente 1,5cm de diâmetro
6- Anuscopia: não foi possível devido ao grau de estenose
7- Realizado identificação dos múltiplos trajetos fistulosos com estilete de Biolivar utilizando a mesma haste metálica como reparo dos trajetos
8- Incisão da pele sobre os trajetos fistulosos identificados com drenagem dos múltiplos pequenos abscessos
9- Realizado ressecção e destelhamento das áreas de abscessos, das fístulas com trajeto superficial e dos trajetos que intercomunicavam uma fístula a outra
10- Curetagem das áreas doentes com retirada dos tecidos inflamatórios e fibróticos
11- Instalação de sedenhos / seton utilizando dispositivos emborrachados do tipo “vessel loop"
12- Fixação dos sedenhos com pontos de nylon 3-0
13- Revisão de hemostasia
14- Curativos
Discussão e Conclusão(ões)
Uma das grandes peculiaridades da DC é o acometimento da região anorretoperineal. Esta passa a ter importância fundamental no dia a dia dos profissionais que tratam doenças inflamatórias intestinais, principalmente dos coloproctologistas. A freqüência do acometimento perianal na DC é extremamente variável na literatura, entre 3 a 80% dos casos [1]. Dentre as alterações perianais encontradas na DC, as fístulas são as mais comuns, e acometem até 43% dos pacientes [2]. O tratamento ideal para as fístulas perianais da DC seria baseado na completa redução da secreção com fechamento dos trajetos, e manutenção destas condições por períodos prolongados. Isoladamente, o tratamento médico das fístulas perianais apresenta severas limitações. Qualquer foco séptico (abscesso perianal superficial ou profundo) deve ser erradicado antes do tratamento clínico, já no exame sob anestesia. Os trajetos fistulosos podem ser curetados (com retirada do tecido inflamatório de granulação), e reparados com drenos frouxos para se manter o orifício externo aberto e com esta estratégia, evita-se o fechamento precoce da pele, e reduz-se a possibilidade de recidiva do abscesso naquele local [3].
Área
Doenças Anorretais Benignas
Categoria
Pesquisa básica
Autores
DIOGO FONTES SANTOS, SANDRA DI FELICE BORATTO, FLÁVIA BÁLSAMO, SÉRGIO HENRIQUE COUTO HORTA, MARCELLA CONZ RODRIGUES, DEBORA FONTES SANTOS, RODRIGO LAVIGNE GESTEIRA SLAIBI