Dados do Trabalho
Título
PERFIL CLINICO E EPIDEMIOLOGICO DE PACIENTES COM DOENÇA INFLAMATORIA INTESTINAL NO AMBULATORIO DE COLOPROCTOLOGIA DO HOSPITAL UNIVERSITARIO SAO FRANCISCO NA PROVIDENCIA DE DEUS
Objetivo(s)
Existem poucos trabalhos na literatura mostrando o perfil do paciente com Doença Inflamatória Intestinal em regiões específicas. No presente trabalho, é realizado o levantamento do perfil clínico e epidemiológico de pacientes com doença inflamatória intestinal no Ambulatório de Coloproctologia do Hospital Universitário São Francisco na Providência de Deus, da cidade de Bragança Paulista / SP e região.
Método
Foi realizado um estudo transversal, unicêntrico, com portadores de Doença de Crohn (DC) e Retocolite Ulcerativa (RCUI) em acompanhamento no Ambulatório de Coloproctologia do Hospital Universitário São Francisco na Providência de Deus. Foram levantadas informações quanto a idade, idade ao diagnóstico, tempo para o diagnóstico, gênero, etnia, tabagismo, classificação de montreal, manifestações intestinais iniciais, manifestações extra-intestinais iniciais, doenças auto-imunes associados, colonoscopia, câncer intestinal, tratamento inicial, tratamento atual, complicações do tratamento e tratamento cirúrgico. Para levantamento dos dados foi utilizado o prontuário hospitalar para obter história clínica, coleta de exames, medicações e comorbidades. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital Universitário São Francisco na Providência de Deus. Em uma etapa final, será traçado o perfil clínico-epidemiológico desses pacientes.
Resultados
O estudo inclui 65 pacientes, nos quais 53,8% tem o diagnóstico de Doença de Crohn (DC) e 46,1%, RCUI. Foi aplicada a classificação de Montreal. Na DC, quanto a idade A1 (8,5%), A2 (65,7%), A3 (17,1%); quanto a localização L1 (34,2%), L2 (14,2%), L3 (34,2%), L4 (2,8%); quanto ao comportamento, B1 (25,7%), B2 (51,4%), B3 (8,5%), P (28,5%). Na RCUI, quanto a extensão, E1 (13,3%), E2 (36,6%), E3 (40%). São do sexo masculino 52% e 47% femininos. Entre eles, 87% de etnia branca, 6% pardos, e 6% negros. A média da idade é 42 anos e a idade média ao diagnóstico é 35 anos. No levantamento, o tempo entre o início dos sintomas e o diagnóstico foi, em média, de 2 anos. Fizeram ou fazem uso do tabaco por período prolongado 23% dos pacientes. Tem histórico de câncer na família 26% e DII na família 10,7% dos casos. Como doenças autoimunes de base, foram identificados 6% com diabetes, 3% com tireoidite, 3% com hipotireoidismo, 1,5% com vitiligo, 1,5% com psoríase. A média de internação em 1 ano, é menor do que 1 (0,7). Passaram por algum procedimento cirúrgico, 54,2% dos casos com DC, sendo a média de pouco mais de 4 anos da doença. Na RCUI, 16,6% dos casos, sendo o tempo médio pouco mais de 2 anos. Foram submetidos a apendicectomia prévia, 5,7% dos casos com DC.
Conclusão(ões)
Os dados epidemiológicos levantados sobre os pacientes foram compatíveis com a literatura nacional e internacional. O perfil mais comum é o sexo feminino, na faixa etária de 44 anos, caucasiano, com tempo entre as queixas e o diagnóstico de cerca de 3 anos. Em relação a Classificação de Montreal, o perfil mais comum em DC é A2 L1 B1, e RCUI, E3.
Área
Doenças Inflamatórias Intestinais
Categoria
Pesquisa básica
Autores
Brunno Augusto José Costa, Lucas Sena Leme, Rafaela Vieira Beust, Rayama Moreira Siqueira, Isabella Gonçalves Carpanetti, Daniel Castilho Silva, Carlos Augusto Real Martinez