68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

RETOSSIGMOIDECTOMIA A HARTMANN E CISTECTOMIA PARCIAL COM URETEROSTOMIA EM PACIENTE COM CANCER COLORRETAL AVANÇADO

Objetivo(s)

Descrever a cerca de um caso complexo de neoplasia de cólon esquerdo (sigmoide) em que foi optado por ressecção do tumor com ressecção de bexiga devido invasão tumoral.

Descrição do caso

N.B , 76 anos, Masculino com queixa de dor em fossa ilíaca esquerda e mudança do hábito intestinal e perda ponderal de 27% da massa corpórea. Associado apresentava infecção urinária de repetição e pneumatúria. História pregressa de hipertensão arterial e história familiar de câncer colorretal. Ao exame havia massa palpável em fossa ilíaca esquerda, fixa e dolorosa. Toque retal com mucosa lisa e anuscopia não realizada devido dor. Optado por realização de colonoscopia e exames de estadiamento. Colonosocopia até 22 cm da borda anal, com extensa lesão irregular e friável, obstrutiva, vegetante e ulcerada. No anatomopatológico identificado adenocarcinoma tubular invasivo bem diferenciado. Marcadores tumorais: CEA 1,3 e CA19.9 0,6. Na TC de abdome e pelve foi evidenciado acometimento de bexiga e linfonodomegalia em cadeia para-aórtica e ilíaca comum esquerda. Estadiamento clinico T4bN+M+.
Devido extensa lesão tumoral optado por sessão clinica com urologia e proctologia para discussão de possibilidades terapêuticas. A decisão foi compartilhada com o paciente e realizada Retossigmoidectomia à hartmann com cistectomia parcial e ureterostomia.
Em patologia da peça confirmou-se o adenocarcinoma, porém moderadamente diferenciado e, constatada a invasão de bexiga. Foram isolados 22 linfonodos na peça e não haviam metástases, com estadiamento pT4bpN0

Discussão e Conclusão(ões)

O câncer colorretal possui grande incidência, principalmente em países industrializados. Muitas vezes a suspeição de neoplasia de cólon é pormenorizada e não entra nos diagnósticos diferenciais do médico não especialista, acarretando em demora do diagnóstico e piora do prognóstico do doente. Em tumores avançados de cólon, muitas vezes, a ressecção curativa não é possível, porém percebe-se melhora significativa no quadro álgico e na qualidade de vida quando à ressecção tumoral. No presente caso, o paciente apresentava dor abdominal e pélvica importante associado a hiporexia e perda pondera significativa. Após discussão com a paciente foi optado pela ressecção tumoral com tempo cirúrgico otimizado para redução de resposta endócrino metabólica ao trauma cirúrgico. N.B encontra-se em acompanhamento no hospital universitário com melhora do quadro álgico. Se adaptou a colostomia e ureterostomia e vem evoluindo progressivamente bem. Faz acompanhamento em conjunto com oncologia clínica e faz quimioterapia neoadjuvante.
É de suma importância a discussão de casos complexos com mais de uma equipe cirúrgica e ainda mais significativo a explicação e decisão compartilhada com o paciente e familiares. A ressecção cirúrgica, mesmo que não oncológica, proporcionou uma melhora da qualidade de vida do paciente e melhora da sobrevida.

Área

Doenças malignas e pré-malignas dos cólons, reto e ânus

Autores

Rayama Moreira Siqueira, Isabela Gonçalves Carpanetti, Lucas Sena Leme, Rafaela Vieira Beust, Enzo Fabricio Ribeiro Nascimento, Ronaldo Nonose, Carlos Augusto Real Martinez