68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

ABORDAGEM TERAPEUTICA DE FISTULA RETO URETRAL EM PACIENTE COM DOENÇA DE CROHN

Objetivo(s)

Demonstrar e relatar a abordagem terapêutica em paciente com diagnóstico prévio de doença de crohn e complicação com fístula reto-uretral.

Descrição do caso

L.A.S, 27 anos, masculino, com diagnóstico de doença de crohn há dois anos e tratamento prévio com mesalazina 400mg/dia. Deu entrada no serviço universitário por dor em região de hipogástrio associada, eliminação de urina via retal e perda ponderal de 8 kg/1 mês. Negou pneumatúria. Paciente sem outras comorbidades. Ao exame físico: Regular estado geral, com abdome plano e flácido e doloroso à palpação profunda de hipogástrio. Exame proctológico com úlcera acometendo períneo com sinais flogísticos.
Realizada colonoscopia que demonstrou intensa atividade da doença inflamatória pré- existente englobando o cólon transverso com componente perianal. Devido queixa anterior optado por uretrocistografia que evidenciou uma fístula reto-uretral em uretra membranosa anterior e posterior.
Na ocasião, foi proposto terapêutica com sondagem vesical de demora por tempo prolongado (três meses), em concomitância com mudança das medicações, sendo indicada a inserção de azatioprina 100mg/dia e terapia biológica com infliximabe.

Discussão e Conclusão(ões)

A doença de crohn apresenta um padrão de acometimento de todo trato gastrointestinal e tem sua etiologia ainda não totalmente esclarecida. Os pacientes podem evoluir com complicações importantes, como fístulas, estenoses e abdome agudo perfurativo ou obstrutivo. No caso descrito, L.A. S estava com tratamento com mesalazina em dose inadequada inicialmente. Quando foi avaliado no serviço universitário, percebeu-se a necessidade de nova colonoscopia e avaliação da urologia quanto à possibilidade de fistula. Mediante uretrocistografia, onde foi notada lesão de uretra membranosa optamos por tratamento conservador com sonda vesical de demora e otimizar as medicações com inserção de azatioprina e infliximabe.
Uma terapia que tem tido eficácia significativa no tratamento das complicações perineais da Doença de Crohn e remissão clínica completa, são os imunobiológicos. O infliximabe é um anticorpo monoclonal quimérico, que atua inibindo o fator de necrose tumoral, sendo assim, regride o processo inflamatório e, consequentemente, o estresse oxidativo. Outro local de atuação desta medicação é no linfócito T, mediando à recuperação da integridade da barreira epitelial e indução da mobilidade de fibroblasto presentes no epitélio intestinal, favorecendo a cicatrização de lesões.
Conclusão: Paciente apresentou tratamento clinico completo da fístula reto-vaginal após uso de sonda foley e após terapêutica com imunobiológico. Hoje mantem tratamento com azatioprina e com infliximabe e com controle clínico da DC.

Área

Doenças Inflamatórias Intestinais

Autores

Rayama Moreira Siqueira, Rafaela Vieira Beust, Lucas Sena Leme, Paulo Eduardo Mota Hespanha, Marcos Castro, Danilo Toshio kanno, Daniel Castilho Silva, Carlos Augusto Real Martinez