68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

DRENAGEM DE ABSCESSO PELVICO POR RETOSCOPIA FLEXIVEL: UMA NOVA ABORDAGEM

Objetivo(s)

O objetivo deste trabalho é relatar um caso e apresentar uma nova abordagem, para casos selecionados de abscessos pélvicos, através de um meio já conhecido, a Retoscopia Flexível, bem como discutir suas perspectivas, limitações e futuro.

Descrição do caso

MPR, 66 anos, masculino, com diagnóstico de adenocarcinoma moderadamente diferenciado de sigmóide(T4N1M0) submetido à retossigmoidectomia por via aberta com anastomose colorretal mecânica, evoluindo com deiscência, sendo então submetido à laparotomia com confecção de colostomia à Hartmann, além de inserção de dreno de Blake em cavidade pélvica. Evoluiu no pós-operatório com leucocitose permanente, além de picos febris esporádicos. O dreno apresentava aspecto seroso e tornou-se improdutivo, tendo então o paciente queixado de saída de secreção purulenta pelo reto. Submetido à tomografia de abdome que mostrou coleção pélvica. Submetido à retoscopia rígida no leito, a qual mostrou moderada quantidade de pûs no reto. Realizado retoscopia flexível com achado de deiscência do coto retal e moderada quantidade de secreção purulenta em pelve. Acessado cavidade pélvica e realizado lavagem com soro fisiológico e aspiração do conteúdo, tendo pois, o paciente evoluído em 48 h com ausência de febre, queda da leucometria, além de ausência de secreção purulenta no reto.

Discussão e Conclusão(ões)

As cirurgias minimamente invasivas por orifícios naturais através da cirurgia endoscópica transluminal(NOTES), representaram um grande avanço na prática médica, permitindo uma nova forma de acesso peritoneal. Além disso, com a evolução da radiologia intervencionista vimos a realização de biópsias e drenagens percutâneas guiadas por métodos de imagem. Apresentam vantagens quando comparada à abordagem cirúrgica convencional como, menor dor pós-operatória, ausência de seroma e infecção de ferida operatória, ausência de aderências e hérnias incisionais, além de melhor aspecto estético. Estas técnicas são seguras e de fácil de execução por orifícios naturais da pelve, constituindo acesso bastante valioso na abordagem de lesões situadas nesta região.As coleções devem ser aspiradas por completo, de modo a evitar superinfecções, peritonite e persistência do quadro.O conhecimento da anatomia pélvica além da familiaridade com materiais e técnicas intervencionistas, reduzem o aparecimento de complicações.
Apesar deste relato, existem questionamentos não devidamente esclarecidos por falta de dados na literatura, tais como: a indicação exata do procedimento; como ocorreria a lise de fibrina se existente; a realização em clínicas ou centros de endoscopia caso viessem a ocorrer sangramentos de grande monta; quais serão os resultados a longo prazo; a possibilidade da colocação de dreno. Outra questão é a possibilidade de disseminação de abscesso localizado e consequentemente peritonite generalizada, além do risco de perfuração de alças intestinais . Estudos experimentais ocasionalmente demonstraram formação de abscessos intra-cavitários após NOTES.

Área

Cirurgia Minimamente Invasiva, Novas técnicas cirúrgicas / Avanços Tecnológicos em Cirurgia Colorretal e Pélvicas e Anorretais

Autores

Matheus Marques Pereira de Alencar, Andrea Coelho de Aquino, José Antônio Guimarães Bandeira, Bruna Souza de Almeida Espíndola, Joismar Sento-Sé Duarte, Darcy Muritiba Carneiro Júnior, Itamar Augusto Nonato de Oliveira