68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

TÉCNICA DE KRASKE PARA TRATAMENTO DE LESÃO RETRO RETAL - RELATO DE CASO

Objetivo(s)

Relatar um caso clínico sobre tumor retro retal , sua abordagem pela tecnica de Kraske e sua revisão bibliográfica.

Descrição do caso

D.M.B.S, 38 anos, feminina, queixando de dor pélvica crônica há 2 anos com piora progressiva associado a hematoquezia de pequena quantidade, sangramento vaginal, constipação intestinal e perda ponderal de 6 kgs em 2 meses. Nega comorbidades, tabagismo e uso de medicações.
Ao exame proctológico: abaulamento em parede posterior do reto, com massa de consistência fibroelástica, não aderida a parede retal, multilobulada. Realizou biopsia percutânea da lesão via transglútea, com anatomopatológico de fragmentos de tecido muscular estriado esquelético associado a tecido adiposo sem atipias. Marcadores tumorais normais.
Em RNM de pelve: Imagem cística multilobulada medindo cerca de 5.7 x 4.7 x 4.8 cm , alguns de aspecto simples outros hemorrágicas, localizada no espaço entre o cóccix e o reto, deslocando este anterior e lateralmente para a esquerda e o colo uterino lateralmente para a direita, com manutenção do plano de clivagem com as estruturas adjacentes.
Indicado resseção cirúrgica da lesão pela técnica Kraske, sem intercorrências com alta no 5 PO, mantendo acompanhamento periódico ambulatorial até o momento.
Anatomopatológico: Tecido fibroadiposo muscular e sem atipias.

Discussão e Conclusão(ões)

Tumores retroretais são lesões raras e mais frequentes do que é referido na literatura, por serem oligossintomáticos e com manifestações clínicas inespecíficas.
Tem predominância feminina e do tipo benignos e congênitos. A apresentação mais comum é perianal e baixa sendo que estes tumores podem frequentemente ser palpados no exame físico.
Levam a dor pélvica ou abdominal, constipação intestinal, massa retal palpável, sinus pilonidal recorrente e abscesso pélvico.
O toque retal identifica uma compressão extrínseca posterior na parede do reto e/ou canal anal, com mucosa integra.
A TC e a RM avaliam sua extensão, invasão de estruturas adjacentes e linfonodos locais. A sigmoidoscopia flexível avalia invasão da parede retal e exclui neoplasias.
A abordagem posterior exclusiva (Via de Kraske) é geralmente reservada às lesões extensas envolvendo o sacro até à ponta do cóccix. O acesso posterior via transesfincteriana tipo York-Mason, indicada nas situações de envolvimento da parede retal. A incisão de Parks pela sua facilidade técnica, menor hemorrágia operatória e perante lesões com localização baixa pode proporcionar resultados satisfatórios.
No seguimento preconiza-se toque retal a cada 3 meses durante o primeiro ano, e em seguida anualmente e exames de imagem para o diagnóstico de recidivas.

CONCLUSÃO
A baixa prevalência de tumores retrorretais e a dificuldade de suspeição diagnóstica dificulta o melhor manejo destas patologias. Tratamento

Área

Doenças malignas e pré-malignas dos cólons, reto e ânus

Autores

MARCOS VINICIUS PASSOS RODRIGUES SILVINO, FERNANDO BRAY BERALDO, BERNARDO MUNIZ FRIZZERA, ITHALO RODRIGO MEDEIROS DE ARAUJO LIMA, LUCAS MARTINUCCI DE OLIVEIRA, RODRIGO CAVALCANTI DUARTE GALVAO, AMANDA VILAS CALHEIROS, PAULA SEBA RAHE