68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

USO DA ELETROESTIMULAÇAO TRANSCUTANEA PARASSACRAL (TENS) NO TRATAMENTO DA DISFUNÇAO VESICO-INTESTINAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: UM ESTUDO CLINICO RANDOMIZADO

Objetivo(s)

Testar a hipótese de que o uso de TENS parassacral no tratamento inicial de crianças e adolescentes com Disfunção vésico-intestinal (DVI) está associado a melhora do quadro clínico, bem como analisar a associação entre o diâmetro transverso do reto pré-tratamento e resposta clínica pós-intervenção.

Método

Ensaio clínico randomizado com crianças e adolescentes com DVI. A amostra foi dividida em dois grupos: um grupo de tratamento com orientação dietética/comportamental (uroterapia) + eletroterapia escapular-sham (GU) e um grupo de tratamento com orientação dietética/comportamental+ uroterapia+ TENS parassacral (GT). Na avaliação dos sintomas urinários e CF pré/pós intervenção foram utilizados o Dysfunctional Voiding score System (DVSS) e os critérios de Roma IV, respectivamente. O diâmetro transverso do reto foi medido através de ultrassonografia pélvica.

Resultados

Foram estudados 23 pacientes, sendo 13 pacientes no grupo controle (GU) e 10 pacientes no grupo tratamento (GT) com idade média de 9.0 ± 2.7 anos. A média do diâmetro retal foi de 3.2 ± 0.9cm. Ambos os grupos evidenciaram melhora no DVSS após as intervenções (GC- 12.0, IQ10.0-16.5 X 6.0, IQ 2.0-10.0, p <0.01; GT 15.5, IQ 8.0-18.25 X 4.5, IQ 0.75-10.5, p <0.01), entretanto, não houve diferença na avaliação intergrupos(p= 0.69). O GT apresentou melhora significante da constipação quando comparado ao GC (80% X 30.8%, p = 0.03). Não houve associação entre a medida do diâmetro retal pré-tratamento e a melhora da constipação (p = 0.79) ou do DVSS (p = 0.15).

Conclusão(ões)

O TENS parassacral associado a uroterapia melhoram a CF de crianças e adolescentes com DVI. Por sua vez, os sintomas miccionais, apesar da melhora com o TENS, não diferiu da melhora observada com uroterapia isolada. O diâmetro retal pré-tratamento não influenciou na resposta clínica pós-intervenção.

Área

Doenças Intestinais funcionais e Doença Diverticular dos cólons

Autores

Glicia Estevam de Abreu, Leonardo Azevedo Souza, Maria Luiza Veiga da Fonseca, Tamara Barreto Carneiro, Eneida Regis Dourado, Ubirajara Barroso Junior