68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

RETOSSIGMOIDECTOMIA VIDEOLAPAROSCOPICA COM ABORDAGEM PERINEAL E ANASTOMOSE COLOANAL NA CORREÇAO DE FISTULA RETO-URETRO-VAGINAL APOS CORPO ESTRANHO VAGINAL

Objetivo(s)

Demonstrar a realização de retossigmoidectomia videolaparoscópica para correção de fístula reto-vaginal associada a abordagem conjunta com urologia de fístula uretro-vaginal.

Descrição da técnica

Paciente de 42 anos, diabética, obesidade grau 2 (IMC 37,5), síndrome do ovário policístico. Diagnóstico de fístula retovaginal após evoluir com abscesso tubo-ovariano secundário a corpo estranho permanecido na vagina por anos, com necessidade de retirada cirúrgica. Ao exame proctológico fístula reto-vaginal tocável a 6 cm do introito vaginal. Realizada RM de pelve com achado de fístula simples entre a vagina e a parede posterior da uretra, além de fístula da vagina e parede anterior do reto, a 6 cm acima do introito vaginal. Realizada retossigmoidectomia videolaparoscópica com liberação de aderências pélvicas devido abscesso anterior, visualização e individualização de trajeto fistuloso, dissecção até plano de musculatura elevadora. Abordagem perineal com dissecção interesfincteriana circunferencial, com exteriorização do cólon pelo períneo, rafia da parede posterior da vagina por via vaginal e anal, anastomose colo-anal e ileostomia em alça para proteção. Abordagem posterior pela equipe de urologia com confecção de neouretra por meio de rafia direta, interposição de tecido vaginal e sondagem vesical de demora. Paciente teve boa evolução, com diurese preservada após retirada de sonda vesical e sem recidiva de fístula reto-vaginal ao toque. Aguarda programação de fechamento de ileostomia de proteção. Anatomopatológico sem evidências de neoplasia.

Discussão e Conclusão(ões)

Frente a um quadro atípico de duas fístulas simultâneas de terço médio vaginal em local acometido por processo infeccioso previamente e por dificuldade de acesso em abordagem perineal, optado por abaixamento de cólon associado a anastomose colo-anal para interposição de tecido são. Considerando anastomose baixa – realizada ileostomia em alça de proteção.
Conclusão: Muitos fatores devem ser considerados na escolha da abordagem das fístulas retovaginais. Dentre os fatores a serem considerados a causa da fístula retovaginal e a funcionalidade do esfíncter anal externo são os mais importante. Quando uma fístula retovaginal é refratária ou quando o tecido circundante está gravemente danificado, a melhor abordagem para o manejo definitivo da fístula é a interposição de tecido saudável e bem perfundido. A fístula retovaginal permanece uma afecção de difícil tratamento, com múltiplas opções cirúrgicas disponíveis, havendo procedimentos desde mais conservadores até os mais agressivos, como neste caso a associação de abordagem abdominal e perineal pode aumentar a taxa de sucesso.

Área

Doenças Anorretais Benignas

Autores

Aline Costa Mendes de Paiva, Rodrigo Ambar Pinto, Daniel de Paiva Magalhães, Bruno Vinicius Hortences de Mattos, Augusto Quaresma Coelho, Júlio Bissoli, Sergio Carlos Nahas, Ivan Cecconello