68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

FISTULA RETOVAGINAL RECIDIVADA: RELATO DE CASO

Objetivo(s)

Por se tratar de uma patologia com manejo complexo, objetiva-se relatar um caso de fístula retovaginal.

Descrição do caso

Paciente, 24 anos, leucoderma, com relato de Bartolinite drenada há um ano, nulípara, com queixa de saída de secreção fétida pelo ânus e vagina também há um ano. Apresentava diagnóstico prévio de fístula retovaginal e histórico de três procedimentos cirúrgicos para correção desta fístula, sem sucesso. Realizou investigação com ressonância magnética de pelve para definição do trajeto fistuloso, neste atendimento, sendo posteriormente submetida a novo procedimento cirúrgico, foi identificado os orifícios, interno e externo com auxílio do estilete flexível e dissecção do trajeto fistuloso com avanço de retalho mucoso do reto após fechamento do orifício interno. Paciente no pós-operatório evoluiu um flegmão em região de glúteo esquerdo sendo prescrito a associação de metronidazol 400mg 8/8h e e ciprofloxacino 500mg 12/12h por dez dias. Após 30 dias do procedimento cirúrgico, a ferida operatória evoluiu com boa cicatrização e sem recidiva local da fístula

Discussão e Conclusão(ões)

As fistulas retovaginais acarretam sintomas significativos e angustiantes para as pacientes, interferindo em sua qualidade de vida, sendo o tratamento muitas vezes desafiador. Algumas mulheres com fístulas após trauma obstétrico podem evoluir com fechamento espontâneo, em um período de seis a nove meses. No entanto, as que evoluem para correção cirúrgica, devem ser considerados na escolha da abordagem, o número e tipo de reparos anteriores, integridade do esfíncter, bem como fatores de risco da paciente. 1,2 Os avanços de retalhos estão associados a altas taxas de recorrência, provavelmente devido a falha técnica com volume inadequado de tecido bem vascularizado. A reconstrução através de interposição de tecidos autólogos, como retalho de Martius e retalho de grácil, por exemplo, parece mais promissora por introduzir tecidos vascularizados e saudáveis, cria melhores condições para cicatrização local e correção do defeito.2

Conclusão: As fístulas retovaginais são difíceis de manejar, e o nível de evidência das abordagens cirúrgicas consiste basicamente em estudos de casos, sendo a taxa de falha e a taxa de recorrência elevadas

Área

Doenças Anorretais Benignas

Autores

Magno Otavio Salgado de Freitas, Nayara Silva Ribeiro Jardim, Theresa Cristina Abreu Versiani, Mayza de Kássia Gomes Bueno, Polliane Miranda Mota, Autieri Alves Correia, Jaciara Aparecida Dias Santos