68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

APENDICITE AGUDA: UM PARALELO ENTRE SAUDE PUBLICA E SAUDE PRIVADA

Objetivo(s)

A apendicite aguda está entre as patologias cirúrgicas mais comuns, sendo considerada a principal causa de abdome agudo cirúrgico no mundo com maior incidência em adolescentes e adultos jovens do sexo masculino. As maiores complicações ocorrem fora dessa faixa etária.
Entretanto estudos demonstram diferenças importantes na evolução dos pacientes ao comparar usuários da rede publica e privada, dentre elas a quantidade de atendimentos médicos até a indicação cirúrgica, a maior frequência de realização de ultrassonografia pré- operatória no hospital público, maior intervalo de tempo entre inicio de sintomas e apendicectomia, além de maior tempo de internação hospitalar e maiores taxas de complicações.

Método

Revisão retrospectiva de prontuarios eletronicos de pacientes submetidos a apendicectomia entre os anos de 2015 e 2017 em um hospital da zona leste da cidade de São Paulo/SP. Foram analisados dados dos pacientes do SUS e do convênio. Avaliou-se a idade, gênero, tempo de evolução, fase da apendicite, intercorrências peri-operatórias e complicações pós-operatórias. Critérios de exclusão: Pacientes menores de 14 anos e apendicectomia táticas. Os dados serão organizados e tabulados em um programa estatístico (SPSS®, versão 19.0), de maneira anônima.

Resultados

Foram analisados 553 prontuários, sendo 58,77% (325) por meio do Sistema Único de Saúde – SUS e 41,22% (228) utilizando medicina suplementar. 66,18% dos pacientes eram homens e a média de idade foi de 29,11 anos. Notou-se discreta diferença entre o sistema público (30,77 anos) e privado (26,75 anos).
Em relação ao grau da doença foi observado: 23,69% (131) grau 1; 43,22% (219) grau 2, 16,46% (91) de grau 3 e 16,64% (92) de grau 4. Quando comparado saúde pública e medicina suplementar foi evidenciado diferenças importante nos graus mais avançados, sendo que a maioria dos pacientes com doença avançada eram provenientes do SUS, sendo 68,13% grau 3 (62) e 76,08% grau 4(70).
A maioria dos pacientes não apresentaram complicações apos tratamento cirurgico 86,08% (476). 9,04% (50) com complicações leves e 4,88% (27) com complicações graves.
O tempo médio em horas do inicio dos sintomas até o acesso ao primeiro atendimento médico no sistema público foi de 65,76 horas e no sistema privado 43,01 horas.

Conclusão(ões)

Apendicite aguda é uma patologia que necessita de atendimento rápido, profissionais capacitados para reconhecimento dos sintomas e uma rede referenciada eficaz para resolução da doença que, ate o momento, é eminentemente cirúrgico. No presente trabalho, verificou-se diferença no atendimento, diagnostico, fase e complicações do tratamento cirurgico entre a saude publica e suplementar, sendo o setor privado o de melhores resultados.

Área

Doenças Infecciosas

Autores

Leandro Mariano da Silva, Milena Braga Soares da silva, Thais Yoko Ferreira Koga, Williams Germano Bezerra Segundo, Debora Lissoni Gambaroto, Amanda Gambi Robles, Laercio Robles, Isaac Neto