68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

MALIGNIZAÇAO DA DOENÇA PILONIDAL SACROCOCCIGEA CRONICA

Objetivo(s)

Descrever um caso raro de malignização da doença pilonidal (DP) em uma paciente atendida no Hospital de referência em São Luis-MA.

Descrição do caso

Paciente de 56 anos, sexo feminino, encaminhada para serviço de Coloproctologia com história de doença pilonidal sacrococcígea desde 2005, com múltiplos episódios de inflamação e drenagens espontâneas de abscessos; sendo necessária drenagem cirúrgica em novembro de 2018, após piora por trauma contuso no local. Ao exame proctológico, observa-se presença de lesão circular ulcerada em região sacrococcígea, de 4,0 cm comprimento x 4,0 cm largura, com bordas e base endurecidas, presença exsudato fibrinopurulento; sem alterações no toque retal e anuscopia. Ausência de linfonodomegalia na região inguinal. Em 27/12/18 foi submetida a excisão em losango da lesão até a fáscia pré-sacral, com margem lateral de 2 cm. A reconstrução foi feita com retalho rombóide. O anatomopatológico evidenciou carcinoma de células escamosas acantolítico, margens cirúrgicas livres, sem invasão angiolinfática e perineural. Em estadiamento complementar não foram evidenciadas lesões metastáticas no abdômen, tórax ou região inguinal, não sendo necessária a realização de adjuvância.

Discussão e Conclusão(ões)

Discussão:A degeneração maligna é uma evolução rara e tardia da DP, desencadeada por um processo inflamatório crônico e recorrente. Foi descrita, pela primeira vez, por Wolff em 1900. Até 2007, havia 68 casos publicados. Ocorre principalmente no sexo masculino (80%), a média de idade do diagnóstico é 50 anos e o tempo médio de evolução é 23 anos. O tipo histológico mais frequentemente encontrado é o carcinoma espinocelular (CEC),porém outros tipos podem ocorrer, como: carcinomas basocelulares, sarcomas e melanomas. A evolução de DP para carcinoma espinocelular (CEC) é estimada em 0,02 – 0,1 %. Na maioria dos casos é encontrado aspecto histológico favorável (tumor bem diferenciado e de baixo grau), porém a evolução clínica pode ser desfavorável e agressiva, com elevados índices de recidivas (34-50%) e metástases (linfonodal ocorre em 14%), gerando impacto negativo na sobrevida. Portanto é importante o diagnóstico precoce para instituir o tratamento cirúrgico adequado, que consiste em ressecções amplas e, muitas vezes, necessidade de avanços de retalho. Conclusão: Considerando-se o risco de malignização, associado a períodos prolongados de cicatrização, deve-se promover o tratamento efetivo e precoce em lesões de risco, como por exemplo a doença pilonidal. E considerando o aspecto raro dessa degeneração, é importante incluir como diagnóstico diferencial a presença de um carcinoma epidermóide em lesões presentes na região sacrococcígea.

Área

Miscelâneas

Autores

Maura Tarciany Coutinho Cajazeiras Oliveira, Giordano Bruno Meireles Oliveira, Nikolay Coelho Mota, Marcelo Travassos Pinto, Graziela Olivia da Silva Fernandes, Rosilma Gorete Lima Barreto, Bruno Barreto Figueiredo Soares, João Batista Pinheiro Barreto