68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: TROMBOSE AGUDA DE VEIA PORTA SINTOMATICA EM POS-OPERATORIO DE PACIENTE COM DOENÇA DE CROHN

Objetivo(s)

INTRODUÇÃO: Complicações vasculares como tromboembolismo arterial e venoso durante o curso da Doença Inflamatória Intestinal (DII) são relatadas e, de acordo com um estudo da Clínca Mayo, complicações tromboembólicas se desenvolveram em 1,3% dos pacientes com DII, com uma taxa de mortalidade de 50%. A prevalência de trombose da veia porta em DII é de 0,17%. OBJETIVO: Relatar caso de trombose aguda de veia porta, sintomática, em paciente portador de Doença de Crohn (DC) em pós-operatório (PO) de Ileocolectomia.

Descrição do caso

Paciente do sexo masculino, 36 anos, portador de DC desde 2004 com tratamento clínico irregular, em uso de Adalimumabe há um ano, já havia feito uso de mesalazina e corticóide, mantendo sintomas de dor abdominal e diarréia. Em 2018 diagnosticado por colonoscopia e enteroressonância com estenose de válvula ileocecal, fístulas entero-entéricas e entero-retal. Submetido à ileocolectomia direita, rafia de reto e colostomia em alça de sigmóide. Recebeu alta no 7º dia de PO, assintomático. No 9º dia de PO evoluiu com irritação peritoneal, distensão abdominal, náuseas e febre. Em tomografia computadorizada de abdome e pelve com contraste venoso foi evidenciada presença de moderada quantidade de liquido livre em cavidade abdominal e trombose parcial de ramos direito e esquerdo de veia porta. Devido piora do quadro clínico do paciente, foi realizado laparotomia exploradora, sendo identificado liquido ascítico em grande quantidade na cavidade abdominal e anastomose íleo-transverso íntegra, sem outras alterações. Paciente evoluiu bem no PO, tornou-se assintomático após anticoagulação sistêmica e se recuperou sem intercorrências. Recebeu alta no 7º dia de PO, com rivaroxabana por seis meses.

Discussão e Conclusão(ões)

Nosso caso sugere que, apesar de a trombose da veia porta ser um evento já reconhecidamente associado à DII, deve-se atentar para quadros agudos que podem apresentar sintomatologia muitas vezes semelhante às manifestações esperadas da DII, o que pode atrasar o diagnóstico e o tratamento adequado.

Área

Doenças Inflamatórias Intestinais

Autores

POLLYANA ARDAVICIUS E SILVA, MAGALY GEMIO TEIXEIRA, RONALDO VIEIRA FILHO, PABLO VELOSO MARTINS, ANELISE STACHEWSKI RUSSO, BERNARDO ROZA ALTOÉ, DANIEL TEIXEIRA DE ALENCAR