Dados do Trabalho
Título
RELATO DE CASO DE CONFECÇAO DE COLOSTOMIA PERINEAL EM PACIENTE APOS MULTIPLAS ABORDAGENS ABDOMINAIS: UMA ESTRATEGIA PARA PELVIS HOSTIS
Objetivo(s)
INTRODUÇÃO: A colostomia perineal , através do procedimento de Pull-Through consiste no avanço de alça colônica por dentro da alça retal, com anastomose colo anal deste seguimento em segundo tempo cirúrgico. Foi orginalmente realizado para cirurgias de megacolon e possui as vantagens de evitar estomas abdominais, reduzindo assim o risco de deiscência de e formação de abscesso pré-sacral. Considerando que as anastomoses retais baixas estão associadas a altas taxas de vazamento e infecção pélvica, a colostomia perineal deve ser considerada uma opção nas reconstruções de transito intestinal em paciente submetidos a múltiplas abordagens após deiscências de anastomose e pélvis hostis.
Descrição do caso
Descrição do caso : E.B.J, masculino, 48 anos, com diagnóstico de megacolon chagásico, foi submetido a Retosigmoidectomia a Duhamel modificada com anastomose grampeada em 20/05/2015. Evoluiu com eventração no 5 dia de pós operatório, submetido a laparotomia exploradora em 26/04/19 sendo evidenciado deiscência da anastomose colorretal com peritonite fecal instalada, realizado lavagem copiosa da cavidade, reconfecção da anastomose colo retal e ileostomia protetora, evoluindo com evolução favorável e alta hospitalar. Cursou com estenose da anastomose coloretal, sendo submetido a dilatação por via anal em 23/09/2015, com demanda de nova dilatação 06/04/2016.Submetido em 26/04/19 a laparotomia para Reconstrução de transito intestinal, sendo visto múltiplas aderências entre alças , parede abdominal e pelve. Optado por liberação de colo direito, e ostomização deste por via perineal, a Pull-through, além de fechamento da ileostomia. Paciente evolui no Pós Operatório Imediato com íleo adinâmico e infecção do trato respiratório, tendo o segundo tempo cirúrgico adiado, devido a essas complicações clínicas. Realizado a fixação de ostomia perineal em 15/05/19. Recebeu alta após 5 dias, com boa aceitação da dieta e dejeções por via anal, incontinente. Em consulta de revisão, após 30 dias do procedimento, retornou mantendo resultado satisfatório, continente para fezes sólidas.
Discussão e Conclusão(ões)
Discussão: O procedimento de pull-through, originalmente descrito no tratamento da doença da doença de hishproug, foi adaptado e utilizado por Duhamel e Swenson tendo sido progressivamente abandonado em detrimento das anastomoses grampeadas. Tornando-se, contudo, opção de grande valia em paciente com pelve hostil, poupando o paciente de morbidades típicas da anastomose colorretal, como deiscência e formação de abscesso pélvico . No caso descrito, tratava-se de paciente com passado de peritonite fecal por deiscência da anastomose colorretal, sendo evidenciado pélve hostil no intra operatório, que dificultavam o grampeamento mecânico. Submetido a técnica de anastomose a Pull-through, evoluindo de forma satisfatória.
Conclusão: Técnica de pull-through deve ser lembrada como opção cirúrgica em pacientes com pelve hostil,por reduzir os riscos de deiscência de anastomose e abscesso pélvico.
Área
Miscelâneas
Categoria
Relatos de caso
Autores
Carlos Ramon Mendes, JullyannaSilva Araújo de Jesus, Kamilla da Mata Fuchs, Moises Alcantara, Jorge Serra, Carolina Costa de Assunção, Jéssica Fraga