68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

LINFOMA NAO-HODGKIN DE INTESTINO DELGADO PERFURADO PARA COLON DIREITO COM ACHADO DE MASSA TUMORAL OBSTRUTIVA: RELATO DE CASO

Objetivo(s)

O objetivo desse trabalho é avaliar o linfoma com envolvimento gastrointestinal e apresentação do caso de abdome agudo obstrutivo.

Descrição do caso

Paciente do sexo masculino, 57 anos com dor abdominal vaga há 1 ano em epigástrio, perda ponderal progressiva e evolução para diarreia, além de plenitude pós prandial com dor em fossa ilíaca direita e massa palpável e, há 7 dias com parada de eliminação de flatos e fezes quando deu entrada no pronto-socorro. Realizou tomografias que demonstravam a espessamento parietal concêntrico de alças intestinais de cólon ascendente e ceco, sugerindo processo infiltrativo colônico. Colonoscopia progrediu até o cólon ascendente devido a lesão úlcero-vegetante estenosante, endurecida e friável, intransponível ao aparelho. Submetido a hemicolectomia direita com achado cirúrgico de tumoração envolvendo ceco e ileo terminal com anátomo-patológico (AP) de Linfoma não-Hodgkin (LNH) de intestino delgado de grandes células perfurado para cólon.

Discussão e Conclusão(ões)

Os tumores de intestino delgado correspondem a cerca de 9% de todos as neoplasias do trato gastrointestinal e aproximadamente 3% são linfomas do intestino delgado, sendo que somente 2% se caracterizam por LNH acometendo íleo ou ceco. Na maioria dos estudos relatados cerca de 80% dos pacientes com acometimento desta região apresentam dor abdominal como principal sintoma, seguido de perda de apetite e constipação, porém, como no caso relatado, a obstrução que evoluiu para perfuração acontece em menos de 1% dos pacientes com linfomas do TGI. O local mais comum de perfuração é o estômago em 9% dos pacientes com linfoma, sendo que os casos podem ocorrer espontaneamente ou após quimioterapia (QT).
O tratamento com quimioterapia sistêmica e a intervenção cirúrgica deverá ser avaliada de acordo com o estadio e as complicações apresentadas. Para o LNH intestinal de estadio I ou II, a ressecção cirúrgica com quimioterapia pós-operatória parece ser preferida, com taxa de sobrevida de 5 anos de 50% a 67%. Em casos mais avançados, o tratamento ideal é menos claro pela literatura. No caso relatado, o paciente se apresentava em vigência de abdome agudo obstrutivo, diagnosticado no intra-operatório com perfuração de delgado bloqueado em cólon direito submetido a ressecção oncológica. No pós-operatório realizou QT com esquema R-CHOP.

Área

Doenças malignas e pré-malignas dos cólons, reto e ânus

Autores

MILENA BRAGA SOARES SILVA, THAIS YOKO FERREIRA KOGA, LEANDRO MARIANO SILVA, WILLAMS GERMANO BEZERRA SEGUNDO, ISAAC JOSE FELIPPE CORREA NETO, HUGO HENRIQUES WATTE, ANGELO ROSSI DA SILVA CECCHINI, LAERCIO ROBLES