68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

SINDROME PASH EM ASSOCIAÇAO A DOENÇA PILONIDAL: RELATO DE CASO

Objetivo(s)

Nosso objetivo é relatar um caso de síndrome PASH associado a cisto pilonidal sacrococcígeo recidivante.

Descrição do caso

Masculino, 21 anos de idade, encaminhado há 3 anos por quadro de nodulação sacrococcígea de 5 cm com sinais flogísticos locais compatível com doença pilonidal. Estava em acompanhamento com equipe da dermatologia por lesões supurativas em axila e região inguinal suspeita de HS em tratamento com antibióticos tópicos e submetido à drenagens cirúrgicas. As lesões axilares foram biopsiadas e confirmou-se a presença de PG. Apresentava ainda lesões em nádegas com aspecto sugestivas de HS e lesões acneicas em face. Referia hábito intestinal a cada um a dois dias, sem sintomas intestinais. Foi submetido a colonoscopia pré-operatória que demonstrou mucosa ileal com hiperemia e aspecto granulomatoso cuja biópsia demonstrou ileíte crônica intensa com agregados linfóides reacionais. Exame radiográfico de trânsito intestinal sem anormalidades. Exames laboratoriais com VHS 51mm PCR 3,3mg/L. Iniciado tratamento para HS com Adalimumabe em associação a corticóide oral para tratamento do PG com remissão lenta de ambos. O cisto pilonodal foi tratado cirurgicamente com incisão e curetagem. Evoluiu com recidiva da doença pilonidal, sendo submetido a novo procedimento de incisão e curetagem do cisto após 4 meses. O tratamento das lesões axilares e inguinais foi complementado pela equipe de cirurgia plástica com a ressecção das lesões e confecção de enxerto de pele. Atualmente mantém tratamento com imunobiológico e corticóide em desmame com ferimentos axilares e inguinais epitelizados em processo cicatricial, sem recidiva da doença pilonidal.

Discussão e Conclusão(ões)

Mutações genéticas já foram identificadas na patogênese da síndrome PASH. A mutação do gene PSTPIP1 leva a um aumento da proteína caspase-1 com produção exagerada das citocinas pró-inflamatórias, especialmente a interleucina-17 que ativa e recruta os neutrófilos³. Frente a quadro de doença inflamatória cutânea associada a quadro clínico pilonidal devemos sempre estar atentos ao quadro clínico do paciente como um todo, avaliando-o completamente e não somente em relação à queixa principal durante o atendimento. A recidiva pilonidal parece estar relacionada a algum fator inflamatório presente na pele visto que o paciente diagnosticado com síndrome PASH e cicatrizou completamente com o avanço do tratamento clínico.

Área

Miscelâneas

Categoria

Relatos de caso

Autores

Marcella Conz Rodrigues, Flávia Balsamo, Sandra Di Felice Boratto, Sérgio Henrique Couto Horta, Diogo Fontes Santos, Débora Fontes Santos, Rodrigo Lavigne Gesteira Slaibi