68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

IMPORTANCIA DA RETOSCOPIA RIGIDA COM A OPTICA DE VIDEOLAPAROSCOPIA INTRAOPERATORIA PARA DEFINIÇAO DE MARGEM CIRURGICA COM AUXILIO DE TRANSILUMINAÇAO, DURANTE RETOSSIGMOIDECTOMIA VIDEOLAPAROSCOPICA ONCOLOGICA COM EXCISAO TOTAL DO MESORRETO.

Objetivo(s)

Demonstração técnica da utilização da retoscopia rígida óptica de videolaparoscopia intraoperatória para definição da margem cirúrgica de secção do reto, em retossigmoidectomia oncológica com excisão total do mesorreto.

Descrição da técnica

Paciente sexo masculino, 61 anos, hígido, com diagnóstico de adenocarcinoma de reto após realização de colonoscopia de rastreamento. O exame evidenciou lesão vegetante, de 2 cm, a cerca de 14 cm da borda anal. Os exames de estadiamento não identificaram a lesão ou processos secundários. Por tratar-se de lesão em reto alto, foi indicado, retossigmoidectomia videolaparoscópica de princípio. Durante o inventário da cavidade não foi evidenciada a lesão retal e nem sinais de lesões peritoneais ou hepáticas. Iniciado a dissecção de medial para lateral, de acordo com princípios oncológicos: Ligadura da veia e da artéria mesentérica inferior na origem, liberação do mesocólon esquerdo do retroperitônio e descolamento intercoloepiplóico.
Realizada incisão da reflexão peritoneal para excisão total do mesorreto. Iniciada a excisão pela abertura posterior do mesorreto, seguido da liberação lateral e anterior. Dissecção do mesorreto até 5 cm da borda anal. Como não foi possível identificar o tumor, foi optado por realização de retoscopia com fonte luminosa, para identificação adequada da lesão e definição de margem para secção do reto. A retoscopia identificou a lesão a 11 cm da borda anal. Definida a margem adequada pela retoscopia por meio da transiluminação do reto, guiada por videolaparoscopia. Secção do reto à 6 cm da borda anal, com grampeador laparoscópico. Realizado anastomose colorretal com grampeador circular 33 mm. Devido a anastomose baixa, optado por realização de ileostomia em alça. O paciente apresentou boa evolução e recebeu alta hospitalar no sétimo pós operatório. O anatomopatológico demonstrou T2N0 (0/20 linfonodos).

Discussão e Conclusão(ões)

A colonoscopia, muitas vezes, não é um exame fidedigno para estimar a distância do tumor da borda anal. Principalmente em tumores menos avançados, que podem não ser observados nos exames de estadiamento e durante o intraoperatório, o cirurgião deve valer-se de outros modos para estabelecer uma margem distal adequada do tumor. Tatuagem da lesão com tinta nanquim e utilização da retoscopia intraoperatória são duas opções viáveis. Neste caso, devido a proximidade da lesão com a reflexão peritoneal, optou-se por não injetar tinta nanquim no pré operatório, a tinta no mesorreto poderia ocasionar um borramento local, prejudicando a identificação do plano adequado para dissecção oncológica. A utilização da retoscopia rígida com auxílio da óptica de VLP no intraoperatório mostrou-se uma técnica segura, efetiva e barata nestes casos. A retoscopia rígida com auxílio da óptica de videolaparoscopia é uma ferramenta efetiva durante o intraoperatório para estabelecimento de uma margem distal de segurança em tumores de reto precoces e não tocáveis, durante a videolaparoscopia.

Área

Doenças malignas e pré-malignas dos cólons, reto e ânus

Autores

Felipe Alexandre Fernandes, Rodrigo Ambar Pinto, Aline Costa Mendes Paiva, Bruno Vinicius Hortenses de Mattos, Pedro Averbach, Sergio Carlos Nahas, Ivan Cecconello