Dados do Trabalho
Título
MORBIDADE ASSOCIADA EXCLUSIVAMENTE AO FECHAMENTO DE ILEOSTOMIA EM PACIENTES COM CANCER DO RETO SUBMETIDOS A RETOSSIGMOIDECTOMIA COM EXCISAO TOTAL DO MESORRETO MINIMAMENTE INVASIVA
Objetivo(s)
A ileostomia de proteção tem como objetivo prevenir complicações infeciosas graves após as operações de retossigmoidectomia com excisão total do mesorreto (ETM). No entanto, uma das desvantagens associadas ao seu emprego é a morbidade imediata associada ao fechamento (reversão) da derivação. No presente estudo objetivou-se analisar a ocorrência de complicações associadas ao fechamento de ileostomia após ETM minimamente invasiva.
Método
Estudo retrospectivo uni-institucional. Foram avaliados pacientes submetidos à retossigmoidectomia com ETM e ileostomia de proteção videolaparoscópica por neoplasia de reto no Hospital Municipal da Vila Santa Catarina – São Paulo/SP.
Resultados
Entre 2016 e 2019, 70 foram submetidos a retossigmoidectomia com ETM e ileostomia de proteção por videolaparoscopia. Do total, o fechamento de ileostomia foi realizado em 53 (75,7%). Destes, 26 (49%) eram homens e a média de idade foi de 59,7 (+OU-10,8) anos. A mediana para o intervalo entre a ETM e o fechamento de ileostomia foi de 18,29 semanas (1,5-104,7). A média de IMC foi de 25,7 kg/m2 (+-3,7). Em todas as cirurgias, a mesma técnica foi seguida empregando-se sutura mecânica. A taxa geral de morbidade imediata para a casuística foi de 21 (39%) e incluiu íleo prolongado em 12 (22%) casos; fístula ou deiscência do fechamento de ileostomia em 2 (3,7%) casos e infecção. Do total, 6 (+ou-11,3) pacientes tiveram complicações com classificação Clavien-Dindo maior ou igual a 3. Nenhum paciente necessitou de confecção de nova ileostomia e em dois casos foi necessária laparotomia com ressecção da anastomose, sendo em um deles confecionada ileostomia terminal e em outro realizada anastomose ileocólica. Dos 70 pacientes submetidos a ETM com ileostomia, em 17 (24%) não foi possível re-estabelecer a evacuação transanal. Na presente casuística, o tempo médio com estoma para os pacientes submetidos ao fechamento da ileostomia foi de 25,1 (+ou-23) semanas.O intervalo médio de tempo de seguimento para essa casuística foi de 25,8 (+-9,6) meses.
Conclusão(ões)
A morbidade associada ao fechamento de ileostomia é significativa e não tem somente de origem infeciosa.
Área
Doenças malignas e pré-malignas dos cólons, reto e ânus
Categoria
Pesquisa básica
Autores
ANA SARAH PORTILHO, SERGIO EDUARDO ALONSO ARAUJO, BRUNA BORBA VAILATI, VICTOR EDMOND SEID, LUCAS SOARES GERBASI, MARCELLI TAINAH MARCANTE