68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

DOENÇA PILONIDAL EXTENSA: COMO TRATAR?

Objetivo(s)

INTRODUÇÃO: A doença pilonidal se manifesta como uma formação cística na região sacrococcígea com presença de pelos, podendo sofrer infecção e formar um abscesso, que é a principal complicação da doença. A causa pode estar relacionada a fatores congênitos, pela falha da fusão embrionária na região, com aprisionamento dos folículos pilosos, ou adquiridos, devido a traumas e atrito frequente, o que levaria a invaginação dos pelos para o tecido subcutâneo (THOMAS, 2017). O tratamento é iminentemente cirúrgico, sendo que os tratamentos conservadores, como injeção de fenois, apresentam alta taxa de falha (GIRGIN, 2012). Dessa forma, o objetivo deste trabalho é relatar um caso da doença com grande extensão, em que foi adotado tratamento cirúrgico, com fechamento por segunda intenção.

Descrição do caso

RELATO DE CASO: Paciente E.A.S, masculino, 56 anos, tabagista, portador de Diabetes Mellitus tipo II de difícil controle, em uso de insulina. Apresentou quadro de abaulamento em região coccígea associado à intensa flogose, sendo diagnosticado cisto pilonidal infectado. Foi drenado o abscesso e feito antibioticoterapia guiada por culturas. Paciente evolui com melhora recebendo alta, para acompanhamento ambulatorial, em bom estado. Após três meses, apresentou novo quadro de hiperemia, dor e edema em região sacral associada a drenagem de secreção purulenta por orifícios fistulosos. Ao exame físico, havia a presença de fístulas que se estendiam da região sacrococcígea até o dorso, com trajetos de até 15 cm de extensão. Foi indicado intervenção cirúrgica, com exérese do cisto e trajetos fistulosos maiores, e curetagem dos leitos fistulosos dos trajetos menores, sem fechamento primário. Paciente evoluiu regressão importante dos sintomas, recebendo alta no 5º dia de pós-operatório.

Discussão e Conclusão(ões)

DISCUSSÃO: O paciente em questão apresentou de forma típica a doença pilonidal com infecção (THOMAS, 2017). Inicialmente, foi optado por um tratamento menos invasivo, com drenagem do abscesso e programação para posterior ressecção do cisto pilonidal, como recomentado por diretrizes atuais (IESALNIEKS, 2016). Todavia, devido evolução desfavorável, optou-se então por retirada completa do cisto e trajetos fistulosos. Apesar dessa opção resultar em excisão mais extensa de tecido, possui resultados satisfatórios em longo prazo com baixa taxa de recorrência (IESALNIEKS, 2016). Quanto ao fechamento, vários autores defendem a rotação de retalhos para fechamento primário, no entanto são comuns complicações como infecção, hematoma e seroma (FAVUZZA, 2015), dessa forma, optou-se por fechamento por segunda intensão. As principais adversidades dessa técnica são maior tempo de cicatrização, maior demanda de cuidado com curativo e mais tempo afastado do trabalho. Assim, a doença pilonidal é uma patologia que apresenta grande impacto na qualidade de vida do paciente, demandando tratamento invasivo. Não obstante as dificuldades pós-operatórias, a cirurgia tem-se mostrado a melhor conduta visando o longo prazo.

Área

Doenças Anorretais Benignas

Autores

FABRICION REIS OLIVEIRA, ITALO FILIPE CARDOSO AMORIM, KATYARA RODRIGUES FAGUNDES, JESSICA SOUZA MAGALHÃES, PEDRO HENRIQUE CARNEIRO, FERNANDA RIBEIRO FONSECA, RAFAEL DE CARVALHO DA SILVA, EMERSON ABDULMASSIH WOOD SILVA