68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

ANALISE EPIDEMIOLOGICA DA MORBIMORTALIDADE POR NEOPLASIA MALIGNA DE COLON NO BRASIL NOS ULTIMOS 10 ANOS

Objetivo(s)

O câncer cólon (CC) é a quarta neoplasia maligna mais incidente no Brasil. Com o aumento significativo da sua importância no perfil de incidência e mortalidade da população brasileira, o objetivo desse estudo é analisar a evolução da morbimortalidade por neoplasia maligna de cólon no Brasil na última década (2009 - 2018), analisando as variáveis de: região, idade e sexo.

Método

Estudo transversal e documental com abordagem quantitativa, com amostra de 368.435 indivíduos internados por neoplasia maligna de cólon no Brasil (2009 - 2018) por meio do Sistema de Declaração de Morbidade Hospitalar do SUS do DATASUS. Foram avaliadas as variáveis de dados por local de residênsia, número de internações, taxa de mortalidade, raça, região do país, gênero e faixa etária.

Resultados

A amostra foi composta por 368.435 sujeitos internados por neoplasia maligna de cólon entre os anos de 2009 e 2018 (incidência = 176,03 casos por 100.000 habitantes; taxa de mortalidade = 8,39), sendo 185.061 mulheres e 183.274 homens. A taxa de mortalidade nesse período decresceu de 9,08 para 7,98. A faixa etária entre 60 e 69 anos foi a mais acometida (98.386 casos). A raça com maior número de notificações foi a branca (199.029 casos), representando 54,02% de todos os casos. A região sudeste foi responsável por 171.028 ocorrência, sendo esse o maior número dentre as outras regiões. A região norte, apesar de ser a menos incidente (9.530 casos), apresentou um decrescente número de ocorrências (de 1.098 para 909 casos) com o passar do tempo associado a um aumento na taxa de mortalidade (de 5,56 para 11,66). O CC é o terceiro tumor maligno mais incidente no Sul e no Sudeste Brasileiro. Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste esses números são mais baixos devido a programas de prevenção primária aplicados de forma eficiente. No mundo, a incidência de CC é maior em afro descendentes, porém, por conta da miscigenação ocorrida no país, esse dado não se repete no brasil. Com o programa de prevenção, no norte do país, houve uma diminuição do câncer proveniente de inflamações e maus hábitos alimentares, então a maioria dos casos se tornaram hereditários, que crescem de forma silenciosa e letal, e assim houve um aumento da taxa de mortalidade da doença. Os casos de CC crescem proporcional à idade devido a essa população estar a mais tempo exposta a fatores de risco ligados aos hábitos de vida.

Conclusão(ões)

Apesar do número crescente de casos de CC no âmbito nacional, a taxa de mortalidade tem diminuído de maneira progressiva. Esse dado evidencia a eficácia dos programas de diagnóstico e prevenção primária instituídos pelo sistema público de saúde. Ademais, em relação à região norte do país, a diminuição dos casos de CC em associação com o aumento da taxa de mortalidade por essa condição explícita a necessidade de uma maior adesão pela população com idade superior a 50 anos às condutas preventivas independentemente da apresentação de sintomas ou da história familiar.

Área

Doenças malignas e pré-malignas dos cólons, reto e ânus

Autores

Leandro Dantas Rolim, Arthur Antunes Coimbra Pinheiro Pacífico, Ana Beatriz de Sousa Moura, Thalia de Souza Bezerra, Maria Yasmim Moura Martins, Sarah Lima Monteiro, Victória Alves Magalhães Pinto