68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

TROMBOSE VENOSA MESENTERICA SIMULANDO DEISCENCIA DE ANASTOMOSE EM POS OPERATORIO DE CIRURGIA COLORRETAL: RELATO DE CASO

Objetivo(s)

O objetivo deste trabalho é relatar um caso de trombose venosa mesentérica que simulou deiscência de anastomose no pós operatório de cirurgia colorretal. A trombose venosa mesentérica é uma entidade rara que representa cerca de 10 a 15% das isquemias mesentéricas. Em cerca de 75% dos casos é possível identificar fator etiológico adjacente, principalmente os estados de hipercoagulabilidade hereditários ou adquiridos, processos inflamatórios, traumas e cirurgias abdominais. A apresentação, geralmente, é insidiosa e de difícil reconhecimento devido à inespecificidade dos sinais e sintomas. O atraso diagnóstico pode levar a altas taxas de morbimortalidade.

Descrição do caso

Mulher, 73 anos, com diagnóstico de adenocarcinoma do cólon asecendente, submetida à hemicolectomia direita com ileotransverso anastomose laterolateral grampeada, sem intercorrências. No 4° PO, evoluiu com taquicardia, taquipneia e distensão abdominal. Tomografia computadorizada evidenciou pneumoperitônio e moderada quantidade de líquido livre intracavitário. Realizada laparotomia exploradora quando se evidenciou isquemia do íleo terminal e cólon transverso, com anastomose íntegra. Realizado ressecção do segmento isquêmico e confecção de ileostomia terminal com sepultamento do cólon descendente. A dissecção da peça operatória evidenciou trombo venoso no mesentério do segmento isquêmico.

Discussão e Conclusão(ões)

A trombose venosa mesentérica pode ser primária ou, mais comumente, relacionada a causas secundárias, dentre elas a cirurgia abdominal. Seu quadro clínico é muito diverso, variando desde rápida evolução para abdômen agudo e choque hemodinâmico a casos de evolução insidiosa. No caso relatado, a ocorrência da trombose pode estar associada ao trauma cirúrgico, particularmente às ligaduras maciças do mesentério que podem promover o baixo fluxo no território venoso favorecendo a formação de trombos. Chama atenção para o fato de ter simulado um quadro de deiscência anastomótica precoce. O tratamento da trombose venosa mesentérica associada ao tratamento cirúrgico geralmente envolve nova ressecção do segmento isquêmico.
Conclusão: a trombose venosa mesentérica após cirurgia abdominal pode se manifestar como abdome agudo e simular deiscência anastomótica precoce. É necessário alto grau de suspeição, já que a intervenção cirúrgica precoce com ressecção do segmento afetado é geralmente necessário.

Área

Doenças malignas e pré-malignas dos cólons, reto e ânus

Categoria

Relatos de caso

Autores

Lucas Fernandes de Freitas, Marley Ribeiro Feitosa, Rogério Serafim Parra, Vanessa Foresto Machado, Antônio Balestrim Filho, Paulo Henrique Pisi, Omar Feres, José Joaquim Ribeiro da Rocha