68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

DISFONIA SECUNDARIA A NEOPLASIA COLONICA METASTATICA: RELATO DE CASO.

Objetivo(s)

Relatar um caso de adenocarcinoma do sigmoide com metástase de para arco costal e linfonodos mediastinais causando disfonia por compressão do nervo laringeo recorrente.

Descrição do caso

Homem, 62 anos, queixa de perda ponderal de 10 kg em 6 meses, dor e massa abdominal em flanco esquerdo e rouquidão. Na colonoscopia, observou-se lesão úlcero vegetante, no cólon sigmoide, a cerca de 30 cm da borda anal, friável, que ocupava toda circunferência da luz intestinal e impedia a progressão do aparelho. O anatomopatológico confirmou se tratar de adenocarcinoma. Realizado o estadiamento com tomografias e CEA (95 mg/dl). Na tomografia de abdome havia linfonodopatia retrocural e paraórtica, o fígado livre de doença. Já a tomografia de tórax mostrou linfonodomegalia mediastinal e lesão no arco costal esquerdo suspeitas para neoplasia.
Realizado nasofibrolaringoscopia para investigação da Disfonia, que evidenciou paralisia isolada da prega vocal esquerda, estruturalmente preservada e sem lesões.
Realizado biópsia de lesão mestastática que confirmou tratar-se de adenocarcinoma tubular colorretal com compressão do nervo laríngeo recorrente esquerdo. Submetido a retossigmoidectomia videolaparoscópica e o estadiamento revelou trata-se de uma lesão T3N1M1. Segue em vigência de quimioterapia paliativa.

Discussão e Conclusão(ões)

O adenocarcinoma é o tipo histológico mais frequente na neoplasia colorretal, encontrado em 90% dos casos. Dissemina-se por contiguidade, via hematogênica ou linfática.
A disseminação por contiguidade é a invasão de tecidos subjacentes, implantes peritoneais ou órgãos intra abdominais.
A drenagem venosa colônica se faz pelo sistema porta, sendo, portanto, o fígado (75%) o sítio preferencial das metástases hematogênicas, seguido por pulmões (15%), ossos (7%) e raramente o sistema nervoso central (3%). Já a disseminação linfática geralmente acomete os linfonodos peritumorais, sendo que em 15% acometem linfonodos a distância.
O acometimento de linfonodos mediastinais são frequentes na neoplasia pulmonar e de mama, devido a proximidade e drenagem de tais orgãos e raramente estão presentes na neoplasia colorretal. Quando ocorre considera-se um tumor estadio IV, com prognóstico reservado. Infrequente também é a compressão do nervo laringeo recorrente secundário a linfonodomegalia mediastinal metastática da neoplasia colorretal, como no caso descrito acima.

A neoplasia colorretal pode se manifestar com sinais e sintomas atípicos, especialmente no caso de doença avançada.

Área

Doenças malignas e pré-malignas dos cólons, reto e ânus

Categoria

Relatos de caso

Autores

Juliana Mamede Miranda, Marley Ribeiro Feitosa, Antonio Balestrim Filho, Rogério Serafim Parra, Vanessa Foresto Machado, Mabel Cristhina Rodrigues da Silveira, Omar Féres, José Joaquim Ribeiro da Rocha