68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

CANCER DE RETO METASTATICO E SUA TOTAL RESPOSTA AO TRATAMENTO ADJUVANTE

Objetivo(s)

Relatar caso de câncer colorretal associado a metástase hepática com resolução completa durante tratamento neoadjuvante.

Descrição do caso

Paciente, masculino, 65 anos, iniciou quadro de alteração do hábito intestinal há um ano com aumento na frequência das evacuações associado a alteração da consistência das fezes, porém sem sangramentos ou dor. Procurou atendimento, sendo solicitado a realização de uma colonoscopia, evidenciando um tumor de reto inferior, com biopsia de adenocarcinoma infiltrativo com padrão tubular e cribiforme, e a Tomografia foi evidenciado 03 lesões hepáticas. Como plano terapêutico, foi-se indicado 28 sessões de radioterapia para tumor primário, 06 sessões de quimioterapia (2 com Xelox e 4 com Folfox) e capecitabina, como tratamento neoadjuvante. Paciente realizou tratamento com 4 ciclos de Xelox e 4 de Folfox. Ao exame de imagem foi evidenciado redução nas lesões hepáticas e desaparecimento da lesão tumoral do reto, indicando-se o tratamento cirúrgico. Em março de 2019, realizou-se a cirurgia com colecistectomia tática e utilização de ultrassom intraoperatório, porém não foram visualizadas lesões hepáticas apresentando, portanto, resposta completa ao tratamento proposto. Atualmente, ele se prepara para finalizar sua quimioterapia.

Discussão e Conclusão(ões)

No Brasil, o câncer colorretal é o 2º mais incidente em mulheres e o 3º em homens. O adenocarcinoma de reto corresponde a 28% dos casos, apresentando as maiores taxas de recorrência. A condução do câncer de reto passou por diversos avanços com maior compreensão da história natural da doença, estadiamento radiológico mais preciso, intervenção terapêutica multimodal, técnicas cirúrgicas refinadas e laudos histopatológicos mais detalhados contribuindo de maneira positiva para o tratamento. O recurso à terapia neoadjuvante, tem se mostrado vantajoso quando comparado à irradiação a título pós-operatório. O tratamento do câncer retal melhorou com aprimoramento e surgimento de novas terapêuticas resultando em maior sobrevida. Tornou-se consenso que, o tratamento do adenocarcinoma do reto estádios II e III demandaria além do tratamento cirúrgico, a realização de terapia adjuvante, após a constatação dos seus efeitos benéficos tanto na diminuição da recidiva da doença, como no aumento das taxas de sobrevida. Dentre os benefícios da radio e quimioterapia neoadjuvante, podemos citar: maior radiossensibilidade dos tecidos no pré-operatório, devido à ausência de fibrose cirúrgica, menor exposição do intestino delgado à radiação, menor toxicidade sistêmica, e diminuição do tamanho das lesões, que aumentam a ressecabilidade e a taxa de preservação esfincteriana.
Conclui-se assim que o processo de tratamento dos pacientes com neoplasia retal apresenta-se em evolução, com mais opções terapêuticas, como as terapias adjuvantes. Apesar dessa evolução, o tratamento do câncer de reto permanece desafiador, já que a sobrevida a longo prazo ainda não evoluiu de forma consistente.

Área

Doenças malignas e pré-malignas dos cólons, reto e ânus

Autores

MATEUS PIMENTEL GOMES LUZ, RAMON RAWACHE BARBOSA MOREIRA DE LIMA, WILLIAM PINHEIRO BOAVISTA DE OLIVEIRA, LUIZA HELENA LOHMANN PEREZ SILVEIRA, ILANA FROTA PONTES CANUTO, SAMUEL BITU DE ALMEIDA, WILLER EVERTON FEITOSA MENESES, JOSE FRANCISCO REGO E SILVA FILHO