68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

FASCEITE NECROTIZANTE APOS HEMORROIDECTOMIA – RELATO DE CASO

Objetivo(s)

Relatar um caso de complicação rara - fasceite necrotizante pós hemorroidectomia

Descrição do caso

INTRODUÇÃO: A fasceíte necrotizante da região do períneo, também conhecida como gangrena de Fournier, é uma condição rara, caracterizada por necrose tecidual de rápida progressão e agressiva, com altos índices de mortalidade. Foi descrita pela primeira vez em 1883 com três características principais: início abrupto em pacientes jovens, progressão rápida e ausência de um agente causador. Hoje sabe-se que a ocorrência da gangrena de Fournier está frequentemente associada a infecções da região ano-retal, genitourinária e traumas. DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 64 anos, hipertensa, submetida a hemorroidectomia sob raquianestesia + sedação em regime ambulatorial, recebendo alta 4horas após o procedimento. Relata ter iniciado com febre e dor perineal intensa no 1o dia de pós operatório, mas só procurou atendimento no 5o dia. A admissão apresentava-se com sinais de toxemia como taquicardia e hipotensão, exames laboratoriais com leucocitose importante e acidose metabólica e ao exame físico grande área de hiperemia e enduramento que ia desde a região perianal até o grande lábio esquerdo. Foi então encaminhada ao bloco cirúrgico ontem foi submetida a debridamento extenso e início de antibioticoterapia de amplo espectro. Devido a perfuração identificada no reto, foi optado pela colocação de um seton. No 5O dia após a abordagem, foi optado por um segundo debridamento devido a extensão da área de necrose para a região inguinal. A paciente evoluiu bem e recebeu alta no 50o DIH. Quarenta e cinco dias após a alta, foi reabordada para correção da fístula perianal que se formou com a colocação do seton. Realizado debridamento extenso e colocação de um sedenho cortante. Paciente evoluiu bem no pós operatório, segue em acompanhamento no ambulatório do serviço.

Discussão e Conclusão(ões)

DISCUSSÃO: A gangrena de fournier no pós operatório é extremamente rara. Os procedimentos cirúrgicos mais associados ao seu surgimento são herniorrafia, hidrocelectomia, biópsia transretal de próstata, orquiectomia, drenagem de abscesso perianal e vasectomia. A infecção geralmente está associada a uma infecção polimicrobiana , com bactérias gram positivas (estafilococos, estreptococos, esterococos e clostridium), gram negativas (escrecichia coli, proteus, klesbiella, pseudômonas), anaeróbias e fungos. A ocorrência é mais comum em pacientes diabéticos, alcoólatras e imunossuprimidos. O tratamento deve ser composto por debridamento amplo e, se necessário, sequencial, antibioticoterapia de amplo espectro e internação em terapia intensiva. Quando disponível a oxigenoterapia hiperbárica contribui com a remoção de exsudatos, estimulação da angiogênese e redução da contaminação bacteriana, reduzindo o tempo de recuperação. A reconstrução com enxerto e retalhos deve ser individualizada. CONCLUSÃO: A intervenção precoce e a abordagem multidisciplinar são os principais fatores determinantes na redução da morbimortalidade.

Área

Miscelâneas

Autores

Suyanne Thyerine da Silva Lopes, Gabriella Oliveira Lima, Henrique de Andrade Ferreira Pinto, Manuela Pereira Liger, Marcos Lanna Bicalho, Ilson Geraldo da Silva, Patrícia Costa Sant'Ana, Renata Magali Ribeiro Silluzio Ferreira