68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

RETALHO VERTICAL MODIFICADO (SEM ILHA DE PELE) DO MUSCULO RETO ABDOMINAL POR VIA ROBOTICA PARA O FECHAMENTO DA PELVE APOS AMPUTAÇAO ABDOMINOPERINEAL EXTRAELEVADORA DO RETO.

Objetivo(s)

Demonstrar a técnica do isolamento do músculo reto abdominal para o fechamento do defeito pélvico após a cirurgia de amputação abdominoperineal extraelevadora do reto.

Descrição da técnica

Trata-se de paciente do sexo feminino submetida a amputação abdominoperineal do reto por via robótica com uso da plataforma Da Vinci Xi. Após o término do tempo abdominal da cirurgia é alterado o docking do robô, sendo posicionado com alvo na região paraumbilical direita. A escolha do músculo reto abdominal do lado direito se dá pelo fato da colostomia terminal ser confeccionada através do músculo esquerdo.
Inicialmente são identificados os marcos anatômicos como a bainha posterior do músculo reto abdominal, a linha semilunar direita, os limites cranial e caudal da dissecção (rebordo costal e púbis) e os vasos epigástricos inferiores, que devem ser preservados. A dissecção inicia-se com a incisão da bainha posterior do músculo reto abdominal junto ao rebordo costal, com a dissecção do músculo e visualização da bainha anterior. Em seguida, o músculo é dissecado e liberado no sentido crânio-caudal até o púbis. Durante esse tempo cirúrgico os vasos perfurantes devem ser cauterizados e os vasos epigástricos preservados. Ao final, o músculo é posicionado no local do assoalho pélvico ressecado para sua fixação pélvica durante o tempo perineal.

Discussão e Conclusão(ões)

A amputação abdominoperineal do reto extraelevadora ou cilíndrica consiste na ressecção perineal ao longo dos limites ósseos da pelve, garantindo uma peça cirúrgica sem um estreitamento ou “cintura” ao nível dos elevadores do ânus, reduzindo as taxas de margens radiais positivas e perfuração tumoral. Entretanto, a ressecção perineal mais alargada implica defeito maior e, consequentemente, maior taxa de complicações perineais precoces, como seroma, hematoma e deiscência perineal, e tardias, como hérnia perineal. Dessa forma, é necessário o emprego de técnicas que visem reduzir o espaço morto após a ressecção abdominoperineal e providenciem o fechamento adequado do defeito pélvico, dentre as quais se destacam o uso de telas e a confecção de retalhos musculares ou miocutâneos.
O retalho vertical modificado (sem a ilha de pele) do músculo reto abdominal é um retalho muscular pediculado baseado na artéria epigástrica inferior que possui os benefícios de ser facilmente mobilizado e providenciar um fechamento adequado da pelve. Apresenta a vantagem de não causar defeito na pele e na bainha anterior do reto abdominal direito.
Conclusão: O retalho vertical modificado de músculo reto abdominal é um retalho que permite um bom fechamento do defeito pélvico após a amputação abdominoperineal e ele pode ser mobilizado por métodos minimamente invasivos com segurança e rapidez.




Área

Cirurgia Minimamente Invasiva, Novas técnicas cirúrgicas / Avanços Tecnológicos em Cirurgia Colorretal e Pélvicas e Anorretais

Autores

Renato Gomes Campanati, Bernardo Hanan, Ana Carolina Parussolo André, Kelly Christine Rodrigues Buzatti, Rodrigo Gomes da Silva