68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

Proctocolectomia total com bolsa ileal VLP em paciente com retocolite ulcerativa após perfuração de cólon em ressecção endoscópica de LST

Objetivo(s)

A perfuração de cólon é uma temida complicação da ressecção de pólipos por via endoscópica e o risco pode estar aumentado na doença inflamatória intestinal. O vídeo tem por objetivo mostrar a possibilidade do tratamento videolaparoscópico (VLP) no contexto de uma perfuração aguda e discutir os limites da ressecção endoscópico no contexto da doença inflamatória intestinal com comprometimento do cólon.

Descrição da técnica

Mulher de 54 anos de idade com Retocolite Ulcerativa pancolônica de longa evolução e bom controle sintomático, durante colonoscopia de seguimento foi evidenciado lesão de crescimento lateral (LST), com anatomopatológico de adenoma com displasia de alto grau, em cólon esquerdo de 4 cm e optado por ressecção via ressecão endoscópica de submucosa (ESD). No ato foi identificada perfuração do cólon, clipado com hemoclipes e encaminhado para o grupo da Coloproctologia. Mantida em jejum com antibiótico EV e programada proctocolectomia total VLP. Posicionado 5 trocáters pela técnica aberta e iniciada disseção médio-lateral do cólon direito com identificação da artéria ileocecoapendicocólica e progressão cranial com preservação do duodeno e estruturas retroperitoniais. Segue-se a disseção da goteira parietocólica direita, liberação do ângulo hepático e intercoloepiplóico. Identificada a veia mesentérica inferior na fosseta paraduodenal e clipada em sua origem. Progredido dissecção caudal com identificação da artéria mesentérica inferior logo acima da bifurcação dos vasos ilíacos e realizada clipagem com LT 300, seguido de liberação da goteira parietocólica esquerda. Iniciada dissecção do reto com incisão na reflexão peritoneal, disseção posterior do mesoreto, lateral e anterior até o nível dos músculos elevadores do ânus, atentando a preservação do plexo hipogástrio e mantendo íntegra a fáscia mesorretal. Realizado grampeamento do reto à 3cm da borda anal com Endogrampeador. Exteriorizada peça por Pfannenstiel, confeccionada bolsa ileal em J de 14cm de extensão com 2 cargas de grampeador linear. Ressecado divertículo de Meckel. Realizada anastomose bolsa-anal com grampeador circular. Revisão da anastomose pela “manobra do borracheiro”, sem vazamentos. Maturada ileostomia à Brooke. A paciente apresentou boa evolução pós-operatória e recebeu alta no 10˚ pós-operatório após controle de débito da ileostomia.

Discussão e Conclusão(ões)

A perfuração de cólon é uma sabida complicação de resseções de pólipos do cólon e seu pronto diagnóstico é essencial para uma boa evolução do paciente. Esse risco pode estar aumentado no contexto da doença inflamatória intestinal pelo acometimento e friabilidade de parede intestinal. Deve-se ponderar a melhor estratégia para resseção de pólipos grandes que podem ser ressecados por colonoscopia ou colectomias regradas.
Conclusão: O diagnóstico precoce da perfuração de cólon é de fundamental importância e tem impacto direto na evolução do paciente, permitindo o tratamento cirúrgico minimamente invasivo com bom resultado.

Área

Doenças Inflamatórias Intestinais

Autores

Lucas Faraco Sobrado, Aline Costa Mendes de Paiva, Rodrigo Ambar Pinto, José Américo Bacchi Hora, Felipe Alexandre Fernandes, Sérgio Carlos Nahas, Ivan Cecconello