68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO DAS LESOES ESFINCTERIANAS EM PACIENTES COM HISTORIA DE PARTO VAGINAL E SINTOMAS DE INCONTINENCIA: CORRELAÇAO ENTRE OS ACHADOS ULTRASSONOGRAFICOS , CLINICOS E FUNCIONAIS.

Objetivo(s)

Avaliar a presença de lesão esfincterina utilizando a ultrassografia endorretal tridimensional em pacientes com história de parto vaginal e correlacionar os achados com os escores de incontinência fecal e os achados manométricos.

Método

Estudo retrospectivo realizado através de uma revisão de prontuários 20 pacientes, no período de outubro de 2016 a dezembro de 2018, com queixas de incontinência fecal e com história de parto vaginal, que foram submetidas a ultrassonografia endorretal tridimensional e eletromanometria anorretal. Foi utilizado o escore de incontinência fecal de Wexner para quantificação do grau da incontinência.

Resultados

Foram incluídas no estudo 20 mulheres com idade superior a 18 anos. Destas, 4 foram excluídas por referirem cirurgia anorretal prévia. A média de idade das pacientes foi de 57,43 anos +/- 12,55, variando de 38 a 77 anos. A mediana de partos foi de 3 ( variando 1 a 16 partos) e a mediana de escore de incontinência de Wexner foi de 5 ( variando de 2 a 16). Das 16 pacientes, 8 foram submetidas a episiotomia e 2 tiveram auxílio de fórceps no parto. A média das pressões de repouso foi de 39,91 mmHg +/- 22,16 ( variando de 8,9 mmHg a 76,4 mmHg ). A média das pressões voluntárias máximas foi de 87,54mmHg +/- 56,54 ( variando de 20, 40mmHg a 246,80 mmHg). Das 16 pacientes avaliadas, 13 tiveram lesão de esfíncter anal externo(EAE) e destas, 5 apresentaram concomitantemente lesão do esfíncter anal interno (EAI). Todas as lesões encontradas foram na hemicircunferência anterior do canal anal. A média do ângulo de lesão do EAE foi de 124° +/- 23,74°( variando de 95° a 179°). Não houve correlação do ângulo de lesão e o escore de incontinência ( r=0,1856 , p=0,54) , assim como não houve correlação entre o escore de incontinência e a pressão de repouso ( r= 0,3278 , p=0,21 ), pressão de contração ( r= 0,1261, p=0,64) , a idade ( r= 0,1046, p=0,64) e número de partos ( r= -0,4070 ; p=0,11). Não houve correlação entre o ângulo de lesão e as pressões de contração ( r= 0,178 ; p=0,56).

Conclusão(ões)

Em pacientes com parto vaginal e queixas de incontinência é freqüente observar lesão esfincteriana na hemicircunferência anterior do canal anal, especialmente do esfíncter anal externo. Além disso, observa-se ainda redução das pressões anais de repouso e de contração. Porém não foi possível estabelecer correlação entre a severidade da incontinência fecal e os achados manométricos e ultranossonográficos.

Área

Doenças do assoalho pélvico / Fisiologia Intestinal e Anorretocólica

Autores

Graziela Olivia da Silva Fernandes, Rosilma Gorete Lima Barreto, Maura Tarciany Coutinho Cajazeiras Oliveira, Nikolay Coelho Mota, Marcelo Travassos Pinto, Bruno Barreto Figueiredo Soares, Naraja Menezes Souza, João Batista Pinheiro Barreto