68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

DISSECÇAO LINFONODAL LATERAL DA PELVE VIDEOLAPAROSCOPICA: PADRONIZAÇAO DA TECNICA.

Objetivo(s)

Demonstrar a técnica de dissecção linfonodal lateral da pelve por videolaparoscopia e a padronização dos tempos cirúrgicos.

Descrição da técnica

O caso demonstrado é de uma paciente submetida a amputação abdominoperineal do reto que apresentava linfonodos em cadeia ilíaca interna esquerda de aspecto heterogêneo e diâmetro maior do que 7mm. Após o término da liberação do cólon e da dissecção do mesorreto inicia-se o tempo da dissecção linfonodal lateral.
Inicialmente devem ser acessados os marcos anatômicos do espaço pélvico lateral, que possui formato triangular, iniciando-se no cruzamento do ureter com os vasos ilíacos externos e terminando na fossa obturatória. O limite lateral é delimitado pelos vasos ilíacos externos e a borda medial do músculo psoas maior. O limite medial compreende o ureter e o peritônio parietal pélvico.
O primeiro passo é a liberação ao longo dos limites laterais do espaço pélvico lateral, ao longo dos vasos ilíacos externos e da margem medial do músculo psoas maior desde o cruzamento destes com o ureter até o ligamento inguinal. Posteriormente é realizada a dissecção da parede medial, mantendo o ureter aderido ao peritônio parietal pélvico que deve permanecer íntegro. A seguir, a linfadenectomia é iniciada desde o vértice do espaço pélvico lateral e ao longo dos vasos ilíacos internos até a identificação do músculo obturatório e o nervo obturatório, que marcam o assoalho da área de dissecção. Por fim, é procedido o término da dissecção ao longo do espaço paravesical e a fossa obturatória.

Discussão e Conclusão(ões)

Discussão: A dissecção linfonodal lateral da pelve no câncer de reto localmente avançado é realizada rotineiramente nos países orientais que utilizam uma estratégia de tratamento sem a utilização de radioterapia neoadjuvante. Classicamente, a presença de linfonodos em cadeias pélvicas laterais era considerado sinal de doença metastática, porém mais recentemente foi demonstrado benefício na realização seletiva da dissecção linfonodal lateral em pacientes com neoplasia de reto e linfonodos aumentados (diâmetro maior do que 7mm) ou suspeitos submetidos a terapia neoadjuvante pré-operatória.
Conclusão: A dissecção linfonodal lateral da pelve por via videolaparoscópica é factível e deve seguir uma padronização operatória para a adequada preservação dos nervos pélvicos e a redução do risco de lesão vascular.



Área

Cirurgia Minimamente Invasiva, Novas técnicas cirúrgicas / Avanços Tecnológicos em Cirurgia Colorretal e Pélvicas e Anorretais

Autores

Renato Gomes Campanati, Bernardo Hanan, Rodrigo Gomes da Silva