68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

RETOSSIGMOIDECTOMIA PERINEAL PARA PROCIDENCIA RETAL

Objetivo(s)

Demonstrar e descrever realização de retossigmoidectomia perineal para procidência retal em paciente idosa com alto risco cirúrgico

Descrição da técnica

Mulher, 81 anos, casada, hipertensa, dez partos vaginais, sem procedimentos cirúrgicos prévios, apresentando prolapso retal total ao evacuar e realizar esforço físico há 8 meses. Paciente em posição de litotomia alta sob raquianestesia, antibioticoprofilaxia com ceftriaxona e metronidazol. Antissepsia, assepsia, posicionamento e fixação de campos cirúrgicos. Sutura com nylon 2-0 em quatro pontos simétricos abrangendo a borda anal garantindo exposição adequada da região anal. Tração retal e exposição de toda a extensão da procidência retal. Injeção de solução de lidocaína 2% e adrenalina, diluída 1:1 com água destilada, circunferencialmente 1,5 cm proximal a linha pectínea. Secção circunferencial com eletrocautério de toda a espessura da parede retal prolapsada 1,5 cm proximal a linha pectínea. Ligadura com algodão 2-0 de mesentério do reto após secção entre Pinças Mixter. Incisão com eletrocautério em reflexão peritoneal adjacente ao reto e tração do colón sigmoide redundante. Ligadura com algodão 2-0 do mesentério do cólon sigmoide após secção entre pinças Kelly. Secção com eletrocautério de parede anterior de cólon em cólon sigmoide proximal. Anastomose colon-anal anterior utilizando sutura descontínua com poliglecaprone 3-0. Incisão com eletrocautério de parede posterior do cólon sigmoide proximal e término da anastomose colon-anal. Paciente evoluiu sem intercorrências recebendo alta no terceiro dia pós-operatório com receita de fibras e analgesia simples. Retornou ao ambulatório da coloproctologia após 10 dias apresentando-se sem queixas, com ferida operatória sem sinais flogísticos ou secreções atípicas, evacuações amolecidas.

Discussão e Conclusão(ões)

Discussão: A retosigmoidectomia perineal é uma opção viável e eficaz no tratamento de pacientes com procidência retal e comorbidades que aumentem o risco cirúrgico para correção por via abdominal. Necessita de material cirúrgico básico e permite recuperação adequada e volta às atividades rotineiras em menos de uma semana.
Conclusão: O tratamento da procidência retal em pacientes com risco cirúrgico elevado pode ser feito através da retossigmoidectomia perineal com utilização de instrumental cirúrgico básico, sem necessidade de aparelhagem de alto custo ou difícil acesso. Além de possuir recuperação rápida e retorno às atividades cotidianas precocemente.

Área

Doenças Anorretais Benignas

Autores

Miguel Augusto Arcoverde Nogueira, Walysson Alves Tocantins Sousa, Fernando Lopes Vieira, Rafael Ferreira Correia Lima, Daniel Vinicius Barros da Silva Sousa, Simone Carvalho Fontenele, Alexandre Santana Oliveira Galvão, Viny Sampaio de Brito