68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

PERFIL CLINICO E EPIDEMIOLOGICO DE PACIENTES COM DOENCAS INFLAMATORIAS INTESTINAIS DE UM HOSPITAL PUBLICO EM CUIABA

Objetivo(s)

Descrever os dados epidemiológicos e características clínicas dos pacientes do Hospital Geral de Cuiabá com Doenças Inflamatória Intestinais (DII).

Método

Estudo prospectivo, com análise de questionário em pacientes portadores de doença inflamatória intestinal, de abril a junho de 2019.

Resultados

Participaram da pesquisa 30 pacientes, 16 mulheres e 14 homens. Deste total, 17 possuíam doença de Crohn, 13 Retocolite Ulcerativa. A média de idade foi de 44 anos. Desses pacientes, 37% possuem mais de 5 anos de tempo de diagnóstico, sendo que 30% levaram mais de 5 anos desde o início da sintomatologia até a confirmação da patologia.
O padrão da doença de Crohn: 10% colônica, 20% ileocolônica, 50% perianal, 20% ileíte. Quanto as formas da Retocolite: três pacientes com pancolite, três com colite a esquerda, cinco com proctossigmoidite e dois com proctite.
O medicamento mais utilizado em ambas doenças foi a Mesalazina (43%), seguido de Azatioprina (20%), Adalimumabe (18%), Infliximabe (13%), Certolizumabe (3%) e Ustekinumabe (3%) e corticoterapia (3%).
Com o curso da patologia, 60% dos pacientes necessitaram realizar troca de medicamentos ao longo do tratamento, sendo a maioria portador da doença de Crohn. Para adquirirem sua medicação, 71% utilizam farmácia de alto custo e 77% não possuem plano de saúde.
O principal sintoma relatado pelos portadores das DII, foi aumento do número de evacuações líquidas (28%), seguido de dor abdominal (16%) variando de leve a grave, sendo que 26% dos pacientes eram assintomáticos. Dentre as manifestações extra-intestinais, a principal foi artralgia, acometendo 39% dos pacientes. Além disso, outras manifestações foram uveíte (9%), pele descamada (9%), ulceras aftóides (12%), fístula anal (24%) e fissura anal (6%).
Dezoito pacientes necessitaram de internação clínica e sete pacientes foram submetidos a intervenções cirúrgicas. Sendo que, o principal procedimento realizado foi fistulectomia perianal.
Quanto ao seguimento com equipe multidisciplinar, aproximadamente 63% dos pacientes não acompanham com nutricionista. Vinte e um pacientes não fazem acompanhamento psicológico e 55% não realizam atividades físicas, o que seria fundamental para a melhor qualidade de vida.

Conclusão(ões)

A maioria das pessoas em tratamento para DII são do sexo feminino, com média de idade de 44 anos e portadores de Doença de Crohn. A Mesalazina foi o medicamento mais utilizado em ambas as doenças. Ocorreram mais troca de medicamentos na Doença de Crohn, devido gravidade da doença e manifestações extraintestinais. O número de cirurgias foi menor do que o visto na literatura. Visto que os nossos pacientes são acompanhados rigorosamente a cada três meses no nosso ambulatório e tem acesso direto ao nosso pronto atendimento se necessário. Porém um dos quesitos negativos é que poucos pacientes fazem acompanhamento com a nutrição e psicologia, mesmo tendo encaminhamento na primeira consulta em nosso ambulatório.

Área

Doenças Inflamatórias Intestinais

Autores

JACQUELINE JESSICA DE MARCHI, TAYSA PARIS DE SOUZA, RAFAELA FONSECA BORGES, MARIA PAULA MIRANDA FERREIRA DE ALENCAR CARVALHO