68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

RESSECÇAO DE TUMOR ESTROMAL GASTROINTESTINAL DE RETO POR OPERAÇAO ENDOSCOPICA TRANSANAL

Objetivo(s)

O tumor estromal do tratogastrointestinal (GIST) é a neoplasia mesenquimal mais comum do trato gastrointestinal, porém apenas 3% a 5 % localizam-se no reto. O objetivo deste vídeo é demonstrar um caso de GIST ressecado por operação endoscópica transanal (TEO) e citar os benefícios desta cirurgia minimamente invasiva.

Descrição da técnica

Paciente sexo masculino, 48 anos, sem comorbidades. Foi submetido a colonoscopia de rastreamento na qual foi identificada lesão subepitelial endurecida em reto baixo anterior, a cerca de 4 cm da borda anal. Realizou-se estudo complementar com Ultrassonografia endoscópica transanal onde foi evidenciada nodulação no nível da camada muscular própria interna, homogênea e hipoecogênica, de limites bem definidos, medindo 10,1 mm no seu maior eixo e sem sinais ao Doppler, identificados linfonodos perirretais e periíliacos sem anormalidades. Com a hipótese diagnóstica de GIST, foi realizado um TEO. A cirurgia ocorreu sem intercorrências e o estudo da anatomia patológica da peça revelou neoplasia composta por células fusiformes, indicado estudo imunohistoquimico, que confirmou a hipótese de GIST. O paciente recebeu alta no dia seguinte e segue acompanhamento ambulatorial sem queixas ou novas lesões. Neste caso apresentado, utilizamos uma plataforma de TEO para excisão local de GIST em parede anterior do reto, as 12h. Após posicionado o paciente, realizada dilatação suave dos esfíncteres anais para permitir a inserção da plataforma TEO, seguido por insuflação de CO2. Posteriormente, marcamos com cautério as margens de excisão em torno da borda visível da lesão e realizada excisão do tumor. Em seguida, fechou-se o defeito com suturas.

Discussão e Conclusão(ões)

O TEO é uma modalidade de cirurgia transanal minimamente invasiva utilizada no tratamento local dos tumores benignos ou em fase inicial localizados no reto. Esta técnica exige capacitação em centros de treinamento e equipamentos específicos nem sempre disponíveis no sistema único de saúde. Dentre essas lesões cabíveis de ressecção por TEO, inclui-se o GIST retal, no qual o planejamento cirúrgico adequado é de suma importância, devido ao campo cirúrgico estreito que esta técnica impõe e as estruturas importantes a serem preservadas. Em caso de lesões maiores, o Imatinibe pode ser utilizado como terapia adjuvante, o que aumenta a chance de redução do tamanho do tumor e, desta forma, a preservação do esfíncter anal. O TEO traz os benefícios de ser menos invasivo, menor morbidade, recuperação mais precoce e preservar estruturas com o mesmo benefício oncológico. Desta forma, em pacientes selecionados, a cirurgia transanal minimamente invasiva através da plataforma TEO é uma opção das opções de escolha para tratamento de GIST retal.

Área

Cirurgia Minimamente Invasiva, Novas técnicas cirúrgicas / Avanços Tecnológicos em Cirurgia Colorretal e Pélvicas e Anorretais

Autores

Manuela Pereira Liger, Fábio Gontijo Rodrigues, Henrique de Andrade Ferreira Pinto, Suyanne Theyrine da Silva Lopes, Gabriella de Oliveira Lima, Marcos Lanna Bicalho, João Batista Campos, Cynthia Koeppel Berestein