68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia

Dados do Trabalho


Título

ANALISE DO TEMPO CIRURGICO E DO TEMPO DE INTERNAÇAO HOSPITALAR DE PACIENTES SUBMETIDOS A CIRURGIA DE RECONSTRUÇAO DE TRANSITO DE ACORDO COM A CAUSA DA CIRURGIA PREVIA

Objetivo(s)

Os objetivos do estudo foram identificar as causas que levaram a confecção da ostomia nos pacientes submetidos a cirurgia de reconstrução trânsito, comparar o tempo de internação hospitalar e a duração da cirurgia nos três grupos de maior prevalência e avaliar se existe diferença significativa na duração da cirurgia de reconstrução e no tempo de internação quando a confecção da ostomia ocorre no contexto de uma causa inflamatória.

Método

Foi realizado um estudo retrospectivo, observacional, unicêntrico, através da revisão dos prontuários dos pacientes submetidos a realização de cirurgias de reconstrução de trânsito intestinal no Hospital e Maternidade José Martiniano de Alencar. O estudo contemplou as cirurgias realizadas entre o período de julho de 2016 a outubro de 2018. Os pacientes foram agrupados de acordo com o diagnóstico que levou a cirurgia na qual foi realizada a confecção da ostomia. Os pacientes dos três grupos de maior prevalência foram comparados de acordo com o tempo de internação hospitalar e a duração da cirurgia. Foi utilizado o teste de Kruskal-Wallis para avaliar se havia diferença significativa entre os grupos e em seguida foram realizados testes par a par para identificar onde se encontrava a diferença.

Resultados

Foram catalogados 14 tipos de diagnóstico que levaram a cirurgia na qual foram confeccionadas as ostomias. Os três maiores grupos foram perfuração por arma de fogo em 9 (31%) casos, diverticulite em 5 (17,2%) dos casos e apendicite em 3 (10,3%).
O tempo médio de internação foi de 10,31 ± 4,32 dias. Houve uma diferença significativa em relação ao tempo de internação (X²(2) = 7,199; p = 0,023) nos três principais grupos. A análise dos pares mostrou que houve uma diferença significativa entre tempo de internação dos grupos PAF e apendicite (K = -7,833; p = 0,05).
O tempo cirúrgico médio na amostra foi de 359,14 ± 106,48 minutos, variando de 225 a 630 minutos. Houve uma diferença significativa em relação ao tempo cirúrgico (X²(2) = 7,224; p = 0,027), com a análise dos pares demonstrando uma diferença significativa entre PAF e diverticulite (K = -7,300; p = 0,028).

Conclusão(ões)

O estudo mostrou que o diagnóstico inicial da cirurgia na qual foi realizada a ostomia do paciente pode influenciar no tempo cirúrgico e no tempo de internação. Esse resultado mostra a importância da coleta adequada dos dados durante o pré-operatório, para melhor planejamento para os casos complexos, tanto pela equipe cirúrgica quanto pelo serviço de saúde.
Devido as particularidades epidemiológicas da população estudada, como alta incidência de violência urbana e dificuldade de acesso a serviços de cirurgia, as etiologias mais frequentes foram diferentes do que normalmente se descreve na literatura.
A principal limitação do presente estudo foi o número reduzido de pacientes. Mais trabalhos devem ser realizados para comparar pacientes com etiologias comuns em outras populações.

Área

Cirurgia Minimamente Invasiva, Novas técnicas cirúrgicas / Avanços Tecnológicos em Cirurgia Colorretal e Pélvicas e Anorretais

Autores

matthaus rabelo costa, Carla Camila Rocha Bezerra, Jose Walter Feitosa Gomes, Nathalia Souza Silva, Octávio Luís Alves Silva, Wallena Cavalcante Brito, Marlla Caroline Ribeiro Araújo, Claudio Matias Barros Junior